A filaríase linfática (elefantíase, na foto), a oncocercose (cegueira dos rios), infecções parasitárias a partir dos solos, a esquistossomose (bilharzíase) e tracoma, são as doenças que, apesar de matarem milhares de pessoas por ano no mundo, mas com especial incidência no continente africano, estão na mira deste estudo que vai abranger todo o território angolano.

Segundo a OMS, em comunicado publicado na página do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (UNOCHA), com este trabalho, as autoridades sanitárias angolanas terão na sua posse informação sobre a magnitude do prolema das doenças negligenciadas.

Isso vai permitir uma mais eficaz monitorização e prevenção das causas e consequências destas cinco doenças, bem como "determinar quais as acções necessárias para o seu controlo e eliminação".

Todas as cinco doenças identificadas para levar a cabo este estudo são endémicas em Angola, causam, segundo a OMS, "significativos impactos negativos na saúde pública e sócio-económicos", especialmente no que diz respeito à produtividade devido ao facto de serem razão para muitas ausências no trabalho e por terem ainda um impacto no desenvolvimento das crianças, alimentando o ciclo da pobreza.

As doenças negligenciadas afectam cera de 1.500 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que 39% destas estão em África, onde mais de 600 milhões de pessoas carecem de tratamento.

Estas doenças caracterizam-se por terem um impacto mais volumoso nas geografias mais empobrecidas e vulneráveis, sendo essa uma das causas conhecidas para que as grandes multinacionais farmacêuticas dediquem pouco ou nenhum investimento em investigação para a procura de tratamentos mais eficazes devido à dificuldade de rentabilizarem esse esforço financeiro.

Essa a razão para que a abordagem preventiva seja tida como a mais eficaz, como é disso exemplo o bem conhecido mosquiteiro na prevenção do paludismo.