Na iminência de ficarem desalojados, bolseiros angolanos colocados em residências da Universidade da Beira Interior, em Portugal, alertaram para a precariedade da sua situação, que esta sexta-feira, 13, ameaçava deixar desabrigados cerca de 400 estudantes.

Na origem do despejo, explicaram os alunos à Voz da América, estão meses de dívidas, acumuladas devido aos sucessivos incumprimentos do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE), que admite enfrentar inúmeras dificuldades.

"Há problemas em 28 países", disse ao NJOnline a directora-geral do INAGBE, Ana Paula Elias, explicando que as contrariedades repetem-se em todos os destinos onde existem bolseiros angolanos.

Segundo a responsável, na base dessa realidade estão os "constrangimentos habituais, como a crise e a falta de divisas".

Apesar do mau diagnóstico, Ana Paula Elias garante que o INAGBE está a par dos problemas dos estudantes e a trabalhar na sua solução.

No caso dos estudantes colocados na Universidade da Beira Interior (UBI), o IGNABE conseguiu, para já, negociar um prazo para regularização das dívidas - em montante não divulgado -, confirmou o NJOnline junto da instituição de Ensino.

A Vice-Reitoria para o Ensino e Internacionalização da UBI adianta que os seus Serviços de Acção Social (SASUBI) foram contactados esta quinta-feira, 12, pelo INAGBE, que se comprometeu a pagar os alojamentos em atraso até ao final deste mês de Julho.

A universidade explica ainda que "quando chega o final do ano lectivo, todos os alunos alojados nas residências da UBI recebem informação dos valores em dívida, ficando a pré-inscrição para o ano seguinte dependente da liquidação dos mesmos".

Sensível à situação dos alunos angolanos, a instituição refere ainda que os seus serviços sociais (SASUBI) assumiram o compromisso de não cobrar aos bolseiros INAGBE a pré-reserva para o próximo ano lectivo, 2018/19.