O Serviço de Bombeiros e Protecção Civil (SBPC) do Cunene, que há mais de uma semana segue ao minuto a evolução dos caudais dos rios, admite que tem registado um ligeiro mas consistente crescendo do nível das águas nestes cursos de água, e as autoridades administrativas apontam para um mínimo de 370 casas alagadas.

Apesar de o número de casas inundadas crescer diariamente e de o impacto das cheias estar a ser monitorizado ao minuto, a verdade é que as autoridades administrativas de Ondjiva já admitem que a situação ainda se encontra numa fase crescente desse impacto, com fortes possibilidade de aumentarem de forma significativa as consequências, nomeadamente o número de pessoas afectadas.

Para já, é, entre outras áreas da cidade e seus arredores, nos bairros do Pioneiro Zeca, Castilhos e Naipala que se concentram as atenções porque, com os solos totalmente saturados e com o aumento continuo dos caudais dos rios que atravessam a região, mais casas deverão ser afectadas e mais famílias deverá ser necessário realojar.

Para além das casas inundadas e da necessidade de realojar famílias, há ainda que ter em conta que há centenas de hectares de campos agrícolas afectados e muitas das estradas da província estão cortadas, o que obriga as pessoas a usar canoas, algumas improvisadas, o que leva a riscos de afogamentos entre as populações.

O Governo Provincial do Cunene já alertou o Executivo para a necessidade de enviar meios para ajudar a socorrer as pessoas afectadas pelas inundações enquanto, para melhor gerir a situação, foi criada uma comissão intersectorial, chefiada pelo vice-governador para a área social, com o objectivo de dar maior eficácia às acções de resposta no terreno.