O temporal afectou com especial violência a área da Catumbela, incidindo especialmente nos bairros da Tata, Cambandi e Alto Mulumba, com registo de 12 mortos e um número elevado de habitações que foram varridas ou desabaram devido aos ventos e à chuva, deixando muitas pessoas sob os escombros ou levadas pela força das águas. Lobito e a cidade de Benguela foram igualmente afectadas.

Entre as vítimas mortais estão quatro crianças cujos corpos foram recuperados pelas equipa de socorro que continuaram ao longo das horas subsequentes as buscas por sobreviventes ou para ajudar pessoas em dificuldades.

As autoridades locais já estiveram nos locais mais afectados pelo inusitado temporal, devido à grande violência dos ventos e as bátegas de chuva, garantindo que tudo está a ser feito para socorrer e ajudar os necessitados.

Testemunhas garantem que a chuva e vento de Sábado foram mais intensos que as que se fizeram sentir em 2015, quando mais de 60 pessoas morreram no Lobito e também na Catumbela, ou ainda que as do ano passado, que provocaram pelo menos três pessoas.

Entretanto, o Presidente da República já emitiu uma nota, através da sua Casa Civil, manifestou-se "consternado" com os efeitos trágicos da tempestade.

João Lourenço lamentou os efeitos nefastos do temporal, sublinhando que "foi com grande consternação" que tomou conhecimento dos "acontecimentos trágicos ocorridos na província de Benguela", onde "chuvas abundantes e ventos anormalmente fortes destruíram habitações, danificaram bens patrimoniais diversos e - mais grave - causaram a morte a pelo menos 16 cidadãos e ferimentos a dezenas de outros".

Valas de drenagem sujas e destroços amontoados

Devido ao acumulado de destroços em alguns locais e à sujidade acumulada nas valas de drenagem, as equipas de socorro ainda hoje procediam a intensas buscas por eventuais feridos ou corpos de vítimas ainda por notificar.

A falta de limpeza das linhas de água, o acumular de lama e lixo e vegetação nas linhas de drenagem, a construção de habitações precárias em áreas de alagamento ou no curso de linhas de água, são algumas das principais razões para as sucessivas tragédias deste género que ocorrem em Benguela e também um pouco por todo o país na época das chuvas.