Franco Mufinda, que falava em nome da comissão interministerial de acompanhamento da pandemia em Angola, informou que foram já testadas 176 amostras, sendo que destas apenas três revelaram resultado positivo.

Actualizou ainda em 466 o número de pessoas em quarentena institucional.

O governante aproveitou esta conferência de imprensa para elogiar as pessoas que, de um modo geral, estão a cooperar, seguindo as recomendações de quarentena domiciliária, e relembrar a necessidade de serem respeitadas as normas de higiene definidas para lidar com esta situação, como sejam lavar as mãos sempre que se justificar, como quando se está em contacto com objectos em locais de acesso público, evitar aglomerações de pessoas e não participar em alguns hábitos culturais que podem não ser aconselháveis, como, por exemplo, aqueles compreendidos durante os óbitos.

Em todo o mundo, esta pandemia, dados actualizados perto das 15:00 de hoje, quarta-feira, 25, já infectou 436.493, matou 19.643 tendo 111.191 conseguido recuperar totalmente.

No continente africano, a doença já afecta a quase totalidade dos 54 países, com mais de 2 mil casos confirmados, cerca de 50 mortos, sendo o país com mais casos registados a África do Sul, com 709, seguindo-se o Egipto, com 402, e depois a Argélia, com 264. O país com mais mortos é o Egipto, onde já faleceram 20 pessoas vítimas desta doença.

Recorde-se que ainda hoje o Presidente da República deverá comunicar ao país a sua decisão sobre se é ou não declarado o estado de emergência, depois de ter ouvido, durante a manhã, o Conselho da República, que recomendou essa opção, e ainda a Assembleia Nacional, através da sua Comissão Permanente.

Perante a concordância manifestada pela generalidade dos líderes partidários, que, por inerência, integram o Conselho da República, é de esperar que João Lourenço declare o estado de emergência, publicando a legislação a ele conexa.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19 que pode ver aqui.