Segundo constatou o Novo Jornal no local, a desorganização deveu-se ao facto de mais de 300 professores das restantes províncias do País, que se encontram em Luanda, se terem deslocado ao INE-Marista para efectuarem a testagem à Covid-19.

O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, que não gostou de ver o processo organizativo da testagem dos professores, reconheceu a existência de falhas por parte da direcção provincial de educação de Luanda.

Franco Mufinda afirmou que os professores da província de Luanda serão testados por zaragatoa, ao contrário dos testes rápidos que vínhamos a assistir em vários grupos.

"Em princípio nós buscamos a doença e não a exposição. E para Luanda os professores serão testados por zaragatoa e os das restantes províncias serão feitos os testes serológicos, que são os testes rápidos", explicou.

De acordo com o secretário de Estado para a Saúde Pública, os professores das demais províncias que se deslocaram ao INE-Marista, ou que se encontram em Luanda, devem contactar a Comissão Multissectorial de Prevenção e Combate à Covid-19 para facilitar a testagem e terem autorização de saída.

"Os professores que precisarem sair de Luanda não vão precisar de testes de zaragatoa. Os testes deles serão serológicos", referiu.

Entretanto, vários professores contaram ao Novo Jornal que a desorganização deve-se ao facto de juntarem todos os professores de Luanda num só sítio.

"Tinham que dividir por municípios, isso está uma palhaçada. Somos educadores e precisamos de respeito", gritavam os professores.

Fernando Tomé Laureano, secretário provincial de Luanda do SINPROF, disse aos jornalistas que a forma como o Governo está a testar os professores é humilhante.

"Disseram-nos que seriamos testados em massa de forma aleatória e não dessa forma. O que estamos a ver aqui é desumano. Poderiam criar outros métodos para puderem testar os professores ao nível de Luanda", lamentou o sindicalista, acrescentando que "juntar os professores num único espaço foi um grande erro".

Fernando Tomé Laureano disse ainda que se a entidade patronal não mudar de estratégia o SINPROF vai tomar uma posição que passa por boicotar o reinício das aulas no dia 5 de Outubro.