Dos 23 casos positivos, 22 são provenientes de Luanda e 1 do Cazengo, no Kwanza Norte, sendo as idades dos 30 aos 70 anos, com 16 do sexo masculino e 7 do sexo feminino.

O óbito é de um homem de 30 anos, que esteve internado em estado crítico semanas no Hospital Maria Pia e estava agora no hospital do Kwanza.

Amanhã serão feitos testes aos jornalistas e membros das empresas de comunicação social, considerados igualmente um grupo de risco, através de testagem rápida, num total de mil testes.

Dos 7.500 testes rápidos nos mercados de Luanda, há apenas 57 confirmações para a Covid-19, que já estão em isolamento, estando em curso os testes de confirmação pelo método da zaragatoa.

Situação em Angola com os 23 casos das últimas 24 horas: 506 casos, mais 23 que ontem, 26 óbitos 118 recuperados e 362 activos. A transmissão local soma 440 casos.

Não foram revelados dados sobre a transmissão comunitária.

Os avisos do ministro de Estado

Recorde-se que no Sábado, o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, foi à conferência de imprensa diária de actualização sobre a Covid-19 em Angola, para advertir que algumas das regras plasmadas no decreto presidencial relativo à situação de calamidade estão a ser mal interpretadas, nomeadamente no que toca à saída das cercas sanitárias e sobre os ajuntamentos de pessoas para fins festivos.

Adão de Almeida foi claro ao afirmar que as novas regras não permitem a saída das cercas sanitárias existentes em Luanda e no município do Cazengo, no Kwanza Norte, e que as saídas permitidas são exclusivamente para as excepções inseridas no documento presidencial.

As excepções são apenas para a entrada e saída de bens essenciais, para a saída de doentes e ainda para situações humanitárias, tendo o ministro advertido que ter um teste negativo não permite, por si só, que as pessoas passem os limites da cercas sanitárias.

Quanto aos ajuntamentos, estes estão igualmente proibidos e só são permitidos ajuntamentos de até 15 pessoas em contexto familiar e não, de forma alguma, para efeitos festivos.

Adão de Almeida sublinhou que o país se mantém numa situação de calamidade pública desde 26 de Maio, depois de um período de estado de emergência, com diferentes níveis de medidas de contenção da Covid-19, advertindo que o sucesso destas depende do cumprimento por parte dos cidadãos.

O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República notou que actualmente, por má compreensão das regras, muitos cidadãos estão a ocorrer aos postos de testagem para sair das cercas sanitárias.

"Ir à fazenda buscar batatas não é uma saúde essencial", disse o ministro, aproveitando a ironia para explicar aquilo que devia ser evidente.

Outra questão, apontou, são os ajuntamentos para efeitos festivos, sobre os quais existem interpretações incorrectas, com a verificação de ajuntamentos dessa natureza nos últimos dias...

"Temos de interpretar correctamente as regras", notou Adão de Almeida, nomeadamente a questão de ser proibido a saída das cercas sanitárias, excepto para as excepções, e não basta ter um teste. Em segundo plano, vincou que não são permitidos ajuntamentos para efeitos festivos.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.