A mesma fonte disse ao Novo Jornal, que entre os detidos, estão funcionários ligados ao aparelho de Estado e passageiros que pretendiam seguir viagem para países em África, Europa e alguns que tinham a intenção de circular em diversos pontos de Angola.

A imposição de um teste rápido pós-desembarque no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, no passado Sábado, gratis até 24 de Janeiro, data a partir da qual os passageiros vão comparticipar no seu custo num montante ainda por definir, aumenta substancialmente a probabilidade de serem detectados eventuais passageiros que possam ter falsificado o teste exigido na altura de embarcar para Luanda nos voos internacionais.

Desde Setembro do ano passado até à data presente, O SIC deteve 85 elementos, entre mulheres e homens, incluindo passageiros que tentavam entrar e sair de Angola, "envolvidos em esquemas fraudulentos de falsificação de declarações de teste à Covid-19".

A investigação permitiu a descoberta de um caso recente, que ocorreu na província de Cabinda, nesta segunda-feira,18, envolvendo três homens, sendo um funcionário do aeroporto Maria Mambo Café, colocado na área de Associação de Gestão de Aeroportos e dois funcionários da Delegação Provincial de Saúde na província de Cabinda.

"Foram detidos pela presumível prática de crime de falsificação de declarações falsas de teste negativo para passageiros que pretendiam entrar e sair do País a troco de 15 a 22 mil Kwanzas", disse.

"Os passageiros intersectados com declarações falsificadas de teste negativo à Covid-19 revelaram a proveniência e foi possível localizar e deter os suspeitos em flagrante quando realizavam está acção criminosa",adiantou a fonte do Ministério do Interior ao Novo Jornal.

Está prática de crime, também foi confirmada ao Novo Jornal pelo director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC-Geral, superintendente de investigação criminal Manuel Halaiwa, que revelou que a investigação do SIC já desmantelou diversas redes de associação criminosa que estão envolvidas neste esquema de falsificação de declarações de testes negativo à Covid-19, em todo o País, sobretudo em Luanda.

"Em função das detenções de passageiros em controlos, estações de autocarros e em aeroportos, foi possível proceder ao desmantelamento de diversas associações criminosas que se dedicavam a está prática de crime", revelou.

Manuel Halaiwa lembrou a detenção do chefe do departamento provincial de Saúde Pública e Controlo de Endemias, José Hélio Chiyangalala, ocorrido no dia 14 deste mês, e com mais três funcionários do referido departamento, no interior do Aeroporto Internacional da Mukanka, no município do Lubango, "acusados do crime de falsificação de documentos e venda de declarações falsificadas de teste negativo à Covid-19, a pessoas que pretendiam, sair de Angola para o exterior".

"Este não é um caso isolado. O SIC está a trabalhar para por fim a está prática de crime que vem crescendo diariamente", finalizou.