De acordo com o responsável, que interveio ontem na abertura das terceiras Jornadas da Cidadania, organizadas para assinalar os 20 anos da organização não-governamental Mosaiko, a avaliação dos direitos humanos não se pode cingir a uma dimensão, devendo considerar aspectos económicos, sociais e culturais.

"Raramente as pessoas encaram a situação dos direitos do homem no país, levando em consideração os direitos económicos, sociais e culturais. Ora, neste capítulo [tal como no das liberdades fundamentais], os avanços são também quase insignificantes, basta olhar para o Índice de Desenvolvimento Humano de Angola e para os indicadores sociais", disse Nelson Pestana, propondo que se ponderem para variáveis como o trabalho/emprego, o salário e as condições de vida, água potável, habitação, saneamento básico, saúde, etc

Para o coordenador do departamento de Estudos Sociais do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola a análise do mercado de trabalho também é um bom espelho da realidade nacional.

"Se levarmos em consideração, por exemplo, que 45% dos ativos, que são mais ou menos 11,5 milhões de pessoas que não trabalham, temos aqui já uma situação de não realização de direitos económicos", disse o responsável, citado pela agência Lusa.