O deputado da UNITA, Joaquim Nafoia, acusa a PN de ter colocado o seu filho entre a vida e a morte.

"O meu filho estava com três amigos naquela noite. Por volta das 20h apareceram três indivíduos com uniformes da Polícia Nacional. Um deles pegou no braço do meu filho, deu-lhe um empurrão e depois fez o disparo sem lhe dar oportunidade de falar", conta o deputado.

O político, que reconstitui os acontecimentos, ocorridos na noite do último domingo, 17, no bairro da FUBU, em Luanda, a partir do testemunho dos amigos do filho, garante que o atirador já está identificado, pertencendo à esquadra local.

"O sujeito que fez o disparos na cabeça do meu filho, é filho de um comandante de uma das divisões da Polícia de Luanda. Já identificámos o camarada mas a Polícia está a ocultar as coisas...", acusa, garantindo que vai lutar para que a justiça seja feita.

Joaquim Nafoia adiantou que o seu filho encontra-se estado crítico nos Cuidados Intensivos do Josina Machel (Maria Pia).

"A bala entrou pela nuca e saiu pela vista esquerda. No Josina Machel não tem medicamento, tenho de trazer tudo da rua, o meu filho está entre a vida a morte nos Cuidados Intensivos daquele hospital", lamentou.

O parlamentar não tem dúvidas de que a acção teve motivação política.

"Esta é a segunda fez que acontece coisa do género com os meus filhos. O meu primeiro filho também foi vítima de assassinato em Outubro do ano passado. Desde essa data que a Polícia nunca se pronunciou sobre o acto protagonizados pelos seus efectivos", disse, reforçando a ideia de que está a ser vítima de perseguição política.

"Se querem fazer alguma coisa, façam a mim não os meus filhos. Não sei qual foi o mal que fiz para tanta perseguição à minha família", desabafou.

Contactado pelo Novo Jornal Online, o intendente Mateus Rodrigues, director provincial de comunicação institucional imprensa do Ministério do Interior, confirmou que o caso está a ser investigado pelas autoridades e anunciou que mais dados serão fornecidos numa conferência de imprensa agendada para quarta-feira.