A decisão, que consta de um despacho e se pode prolongar até 90 dias, é extensiva aos funcionários envolvidos no caso, ocorrido no último domingo, 15.

Segundo o documento, Adriano Mendes de Carvalho ordenou a criação de uma comissão de inquérito dentro do hospital, para proceder à instauração e instrução do processo, sob coordenação da médica Paula Barbeiro.

A nova comissão terá de reportar os desenvolvimentos que for fazendo ao governador de Luanda, bem como articular com a outra comissão já constituída pelo Ministério da Saúde, que recebeu um prazo de 15 dias para apresentar as suas conclusões.

"Vamos apurar se houve esquecimento de socorro ao homem de 31 anos, que acabou por perder a vida à porta do hospital. Se as nossas investigações derem conta que houve falta de assistência médica, os responsáveis serão punidos", garantiu a directora do Gabinete Provincial da Saúde de Luanda, Rosa Bessa, em declarações à Rádio Luanda.

A vítima, de 31 anos, teve um acidente na noite de domingo passado e foi levado para o hospital do Zango. Segundo a progenitora, "depois de ter sofrido o acidente, foi socorrido de imediato no hospital do Zango, que o transferiu para o hospital do Kapalanga".

"Mas, chegados àquela unidade sanitária, não havia maca para retirar o meu filho do carro que o socorreu", contou a mãe da vítima.

Maria Luísa Martins afirmou ainda que houve muita desorganização por parte da equipa médica que estava de banco naquela noite.

"Eu não sabia o que fazer naquela noite. A desorganização era tanta que eles me disseram que não podiam fazer nada por falta de meios", esclareceu, sublinhando que um enfermeiro a informou de que não podiam transferir o jovem para o hospital Josina Machel (Maria Pia), porque a ambulância não tinha combustível.