Segundo consta nos autos, a viúva terá ordenado o homicídio do marido porque pretendia ficar com a casa dele, prometendo ao individuo agora em julgamento a quantia de 2,5 milhões de kwanzas. No entanto, o suposto assassino recebeu apenas os 100 mil kwanzas que a esposa da vítima lhe entregou como adiantamento para execução do crime.

Rufino Calembo Lucamba, detido há um ano, está a ser acusado pelo Ministério Público (MP) da prática dos crimes de homicídio e roubo qualificado bem como do de ocultação de cadáver, cuja moldura penal varia entre os 20 e os 24 anos de prisão maior.

Segundo o MP, em dia e mês não preciso do ano passado, o réu Rufino Calembo Lucamba foi contactado pela esposa do cidadão que em vida se chamou José Martinho, para assassinar este e subtrair os documentos pessoais e da residência, em troca de 2,5 milhões de kwanzas, o que foi aceite pelo réu.

A esposa, de nome Isabel Januário Agostinho, mais conhecida por "Bela", foragida da justiça desde a data dos factos, pagou como adiantamento da execução a quantia de 100 mil kz, ficando ainda a dever ao réu 2,4 milhões kz, que ficou de entregar após a concretização do homicídio.

Reza a acusação que no dia 14 de Abril de 2018, o réu, em companhia do seu comparsa, identificado apenas por "João", dirigiu-se à residência de José Martinho, na rua da Macieira, no bairro da Sapú II, no Distrito Urbano da Cidade Universitária, Município de Belas.

"Posto na casa do infeliz", conta o MP, "e munidos de objectos contundentes, arrombaram uma das janelas da casa e introduziram-se no interior da mesma, dirigindo-se ao quarto onde se encontrava José Martinho a descansar, amarraram-no com fita-cola e desferiram-lhe vários golpes até à morte".

"Não satisfeitos", continua o MP, "passadas 14 horas da morte do homem, o réu e o seu comparsa retiraram o cadáver da residência e foram depositá-lo num contentor de lixo que se encontrava na rua principal daquele bairro".

Seguidamente, prossegue a acusação, "pegaram nos documentos pessoais e da residência e entregaram-nos à esposa da vítima, que foi a mandante do crime, conforme o combinado".

Após suspeitas, e devida investigação policial, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve no dia 15 de Abril de 2018, 24 horas após o acorrido, o autor do crime.

No momento da sua detenção, o réu Rufino Calembo Lucamba, de 27 anos de idade, confessou totalmente a prática do homicídio.

Caso seja condenado, nos próximos dias, Rufino Calembo Lucamba poderá ficar privado da liberdade entre 20 a 24 anos.