Segundo o superintendente Carlos Alberto, porta-voz do Comando Provincial da Huíla da Polícia Nacional (PN), o criminoso enterrou o corpo da vítima, dada como desaparecida há alguns meses, no quarto da casa onde moravam, há mais de três anos.

"O homicídio ocorreu às 23:00, do dia 03 de Março deste ano, depois de desentendimentos entre o casal. O individuo agrediu fisicamente a esposa, causando ferimentos graves na região abdominal", explicou o responsável da PN, acrescentado que "depois disso, Ábias Xandante asfixiou a mulher, causando-lhe morte imediata, enterrando de seguida o cadáver no interior da sua residência".

Carlos Alberto afirmou que, apesar do desaparecimento da jovem, os familiares só entraram em contacto com a polícia no dia 10 de Agosto porque a mãe da vítima não acreditava na versão do homicida, que dizia que a esposa tinha feito uma viajem de negócios.

"Depois de um certo tempo, os familiares da jovem chegaram a fazer uma participação na esquadra devido ao seu desaparecimento. Eles não acreditavam nas palavras do acusado, devido à forma como a vítima desapareceu", explica, sublinhando que os pais da jovem tomaram conhecimento do caso através de um amigo do homicida.

"O homicida convidou o amigo para fazerem obras de acabamento na sua residência. Quando o amigo começou a partir o chão do quarto, sentiu um cheiro desagradável e logo em seguida viu algumas ossadas. O jovem saiu a correr até à unidade policial mais próxima, onde expôs o caso que vivenciou", salientou.

O porta-voz fez saber ainda que Ábias Xandante aproveitou a ausência do amigo para se pôr em fuga.

"Na quinta, ao início da tarde conseguimos deter o homem no município de Caluquembe, a 87 quilómetros da cidade do Lubango, pelos efectivos do SIC", garantiu.

O responsável acrescentou ainda que durante o interrogatório o jovem confessou o crime: "Ele confessou que matou a mulher durante os interrogatórios. Diz estar arrependido e alega ter sido forçado por "espíritos do mal".