"Vamos fazer o lançamento dentro de três meses de uma conduta exclusiva ao hospital. E a mesma já não irá passar pelo interior do bairro para se evitar a situação que ocorreu, que é a do vandalismo da conduta", disse esta Vladimir Bernardo, o porta-voz da EPAL, que, quando o Novo Jornal o contactou, na semana passada, insistentemente, para avançar na segunda-feira com esta notícia, não atendeu o telefone.

Segundo o responsável, a conduta que levava água ao hospital só foi vandalizada porque atravessa o interior do bairro Kapalanga e os moradores foram fazendo ligações clandestinas na calada da noite.

No entanto, a nova conduta que será concluída, dentro de três meses já não irá passar pelo interior do bairro, mas sim pela estrada que dá acesso ao hospital em zona visível e com uma profundidade que não permitirá o "garimpo".

Quanto à conduta vandalizada, Vladimir Bernardo disse que a Empresa Pública de Águas de Luanda vai levar a cabo uma acção de desactivação destas ligações que prejudicaram o sistema de fornecimento de água aos fontanários no interior do bairro.

"Em função dessas ligações, a água também não tem chegado aos chafarizes. Por isso vamos desactivar, apesar de haver resistências dos moradores, para que possa permitir ter pressão para os chafarizes e não beneficiar apenas um grupo restrito de pessoas", explicou.

Quanto aos pontos de ligações anárquicas, que prejudicaram o Hospital Municipal do Kapalanga, o porta-voz da EPAL disse que já estão identificados e os mesmos serão responsabilizados.

Em 2020, prossegue, no terceiro trimestre do ano, a EPAL tentou desactivar muitas dessas ligações e os moradores insurgiram-se contra a equipa de técnicos e as forças da ordem que acompanhavam os trabalhos, mas houve um recuo por conta da pandemia da Covid-19.

"Este ano vamos voltar a fazer as desactivações destas ligações, porque, para além do hospital, também os chafarizes que abastecem as populações ficaram sem água", contou.

Vladimir Bernardo disse ainda que a EPAL tem um plano que visa o fornecimento de água potável ao bairro Kapalanga, que passa pela construção de um centro de distribuição de água, que só não arrancou por falta de financiamento.

De lembrar que o Hospital Municipal do Kapalanga está sem água há seis meses porque os moradores nas imediações fizeram centenas de ligações "pirata", impedindo o fluxo normal para esta unidade de saúde essencial para milhares de pessoas que habitam em Viana e noutros municípios de Luanda.