"Em nome do povo, condena-se o réu Querela Mayomona Ricardo Bernardo Diogo "Maya" na pena de 14 anos de prisão maior pela prática do crime de roubo concorrendo com homicídio, bem com o pagamento da taxa de justiça no valor de 150 mil kwanzas e uma indemnização de 1.500.000 kwanzas à família da vítima", sentenciou o juiz João Paulino.

Da acusação ficou provado que, no dia 10 de Setembro de 2018, por volta das 16:00, na Centralidade do Kilamba, o réu agora condenado, transitava pelo quarterão G, daquela centralidade, quando se avistou com o menor de 12 anos, que em vida chamou-se Ricardo Paulina Lubanzila, que transportava nas mãos um tablet ipad, vindo da escola.

De seguida, o réu se aproximou do rapaz e simulou que queria jogar com ele, de imediato solicitou que ao rapaz guardasse a mochila e que lhe entregasse ao tablet ipad, tendo-se o garoto recusado a fazer e tentou fugir.

Facto que levou o jovem a agredir o menino com pontapés e, de seguida, empunhou uma faca que trazia consigo no bolso desferindo-lhe um golpe fatal na região do abdómem.

O réu fugiu de imediato, já na posse da mochila e do ipad, tento sido detido momentos depois pelos seguranças de um prédio, que o entregaram à polícia, após este ter sido visto a protagonizar a acção por um testemunha que passava no local.

O rapaz, ainda foi transportado pela testemunha, com auxílio de outras pessoas, para um centro médico do Kilamba de onde foi transferido para o Hospital Geral de Luanda, onde veio a falecer minutos depois.

O réu, agora condenado a ficar 14 anos na prisão, confessou a autoria do crime, argumentando que a sua acção é motivada pelo abandono familiar a que foi sujeito pelos progenitores.

Um familiar do homicida, que não quis ser identificado, confidenciou ao NJOnline que o pai do jovem é general das Forças Armadas Angolanas (FAA) e que o mesmo sempre teve mau comportamento, facto que levou os pais a abandoná-lo.

Já a mãe do rapaz assassinado, Wavueluka Paulina, inconformada com a decisão do tribunal, apelou para a justiça divina e mostrou-se inconformada com a brandura da pena.

"Era meu único filho, o seu assassino tinha que ter a pena máxima, 14 anos é pouco, porque ele ainda é jovem e não tirou a vida de uma galinha", disse a mulher mãe da vítima.