Segundo conseguiu apurar o Novo Jornal, as investigações duram há mais de seis meses e as detenções ocorreram na província de Luanda e Kwanza Norte, nos municípios do Cazengo e Lucala.

Entre os detidos estão dois homens ligados ao aparelho do Estado, um respondia pelo Gabinete de Estudo e Planeamento (GEP) da administração municipal do Lucala, e outro era chefe do Departamento de Finanças do Hospital Municipal. E o terceiro é até então, gerente de uma dependência bancaria do Banco Angolano de Investimentos (BAI).

Os homens, alvos de três mandados de detenção, emitidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) junto do SIC-Kwanza Sul, foram encaminhados na manhã desta terça-feira,29, ao Estabelecimento Penitenciário do Kwanza, onde vão aguardar o julgamento em prisão preventiva.

Ao Novo Jornal, Adão Morais salientou que os detidos estão arrolados no processo-crime nº 07/2020, por suspeita de peculato e associação criminosa.

"As investigações deste processo-crime, já levam mais de seis meses. Os detidos foram capturados em pontos diferentes", disse, salientando que o gerente do banco BAI foi capturado em Luanda por elementos do SIC-Kwanza Norte.

Questionado pelo Novo Jornal sobre a ligação do gerente do banco BAI neste crime que envolve dois funcionários ligados ao aparelho de Estado, Adão Morais respondeu que este colaborou no crime e ajudou os dois funcionários públicos a desviarem os valores na administração municipal e no Hospital do Lucala.

"O crime terá sido perpetrado na sequência da apropriação e subsequente utilização pelos detidos, em benefício próprio, aproveitando-se das funções que exerciam nas respectivas áreas de trabalho", afirmou.

O responsável pela comunicação do SIC-Kwanza Norte fez saber ainda que, das várias diligências investigatórias realizadas, "foi possível efectuar a recolha de relevantes elementos de prova que indiciam a possibilidade da prática de outros crimes", refere Adão Morais.