Adelaide Armando, directora em exercício da agricultura, disse à Angop que se trata de alimentos como cebola, tomate, couve, repolho e cenoura, que estão a ser vendidos nos mercados locais a preços muito baixos, para evitar que grande parte da produção se estrague.

"Os nossos camponeses têm muitos produtos nos mercados e nas lavras por colher, a falta de compradores e de meios de transportes está a dificultar-lhes o processo de escoamento".

A responsável, que defende a construção de câmaras frigoríficas na localidade, de modo a conservar os produtos do campo e evitar-se perdas elevadas, aproveitou para encorajar os compradores da Huíla e das províncias vizinhas a deslocarem-se à Chibia para se abastecerem.

Já no mês passado, o administrador de um outro município da Huíla, Cauquembe, situado mais a norte da província, afirmava que o problema não está na produção.

"O problema está na transformação e no escoamento dos produtos agrícolas", dizia José Arão.

"Muitos produtos agrícolas têm de ser vendidos muito baratos porque não temos como mantê-los nem como transformá-los. É o caso do ananás, do tomate, da goiaba, do milho, que podíamos transformar e enlatar, mas não existem empresas para isso".

"E depois é preciso escoar o produto. Quanto mais não seja para as outras províncias, porque se cada província conseguir colocar os seus produtos nas outras regiões, não há falta de nada neste país", rematava o administrador de Caluquemba, chamando a atenção para a quantidade de produtos que acabam por se estragar na província conhecida por ser o celeiro de Angola.