Este campo foi a solução encontrada pelo Governo angolano, em conjunto com as agências das Nações Unidas, nomeadamente o UNICEF e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), para acolher os mais de 50 mil refugiados, na maioria mulheres e crianças, que procuraram território angolano para se protegerem dos ataques das milícias Kamwina Nsapu, que, durante meses, em 2017, levaram o terror e morte ao Grand Kasai, província do sul da RDC.

Depois de a calma ter regressado ao Grand Kasai, com a deposição das armas pelos milicianos Kamwina Nsapu, como o NJOnline noticou à época, designação do chefe tradicional daquela região congolesa com grande influência social e política, morto pelas forças de segurança da RDC em 2016, cerca de 23.500 pessoas permaneceram no centro de acolhimento do Lóvua, a 90 km"s do Dundo. Até este fim-de-semana.

Agora, face ao processo de normalização na RDC, com a eleição do novo Presidente, Félix Tshisekedi, que colocou fim aos conturbados anos do consulado de Joseph Kabila, pelo menos 8 mil destes refugiados entenderam que já não havia razões para continuarem em Angola e puseram-se a caminho pelos seus próprios meios, ou seja, a pé, tendo pela frente mais de 120 km"s até à fronteira, nalguns casos, mais de 200 para chegarem a casa.

A saída em direcção à RDC teve lugar neste fim-de-semana e o governo provincial da Lunda Norte lembra em comunicação enviada aos jornalistas que o regresso estava a ser preparado e organizado e esta saída, pela forma como correu, foi desaconselhada pelas autoridades locais, que têm estado em conversações com o ACNUR e com os seus homólogos do Grand Kasai para o efeito.

Esta agência da ONU avançou com a segurança e o aranque do ano escolar na RDC como as razões maiores para a decisão tomada pelo grupo de iniciar o regresso, embora, devido ao grau de destruição durante os conflitos, a maior parte tenha visto as suas casas destruídas e os seus campos queimados, tebdo, agora, uma árduo labor pela frente para recuperar a normalidade possível.

O apoio durante a deslocação está a ser feito com a distribuição de água e de alimentos ao que iniciaram a caminhada.