A Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem equipas no terreno desde o dia em que a epidemia de Ébola foi oficialmente reportada, comunicou hoje que a situação, para já, não exige avançar com uma emergência global, mas sublinhou o potencial elevado de alastramento interno da doença e ainda para os países com fronteira com a RDC.

As medidas tomadas pelo Governo angolano passam, entre outras, pela sensibilização das populações, pelo reforço da vigilância nas fronteiras e a criação de um mecanismo de notificação rápida de casos suspeitos, entre outras medidas.

Por exemplo, na província do Uíge foi já criado um sítio para quarentena durante a encubação de casos suspeitos de Ébola, situado na fronteira de Kimbata, entre Angola e a República Democrática do Congo.

A directora provincial da Saúde, Madalena Angelina Diogo, que prestou a informação à imprensa, acrescentou que as autoridades sanitárias da província do Uíge estão a providenciar, para os municípios de Maquela do Zombo, Milunga e Kimbele, equipamento sanitário apropriado a situações que envolvem risco elevado de contaminação por vírus como o que provoca o Ébola, uma febre hemorrágica de elevada letalidade.

"Já introduzimos medidas de controlo nos principais pontos de entrada e saída, nos municípios de Kimbele, Maquela do Zombo e Milunga que fazem fronteira com a RDC", informou Madalena Angelina Diogo.

Segundo a responsável, as autoridades locais já abordaram as populações sobre as medidas de biossegurança, sistema de vigilância epidemiológica, sensibilização da população sobre medidas de prevenção no manejo de eventuais vítimas, buscas activas e pontos focais de informação para as populações.

A directora provincial tranquilizou a população dizendo que a situação não constitui ainda preocupação para a região, mas reconheceu a importância da observância de medidas de prevenção através da vigilância em todas as unidades hospitalares da província.

"Estamos a instruir os técnicos de saúde sobre o plano de contingência, alerta das equipas técnicas, supervisão das unidades sanitárias, encontros com líderes religiosos e directores das escolas para o esclarecimento sobre medidas de prevenção contra o Ébola", acrescentou, salientando que além dos três municípios citados que fazem fronteira com vizinho RDC também outras vilas da província devem ficar atentas à situação.

AS autoridades sanitárias do Uíge já realizaram um encontro, em Maquela do Zombo, com as autoridades congolesas visando a definição de estratégias que permitam minimizar as possibilidades de dispersão do vírus

Na província de Cabinda, as autoridades sanitárias e da Polícia de Guarda Fronteira tiveram um encontro, sexta-feira, com os seus homólogos das regiões congolesas de Baixo Congo (RDC), Niari e Kouilou, República do Congo - Brazaville para reforçam medidas que visam a prevenção contra a Ébola.

A Supervisora Provincial de Promoção da Saúde Pública em Cabinda, Juliana Uini, indicou que os encontros visaram fortificar as medidas de prevenção e controlo de eventuais pessoas idos de países vizinhos utilizando postos fronteiriços comuns como portas de entrada para a província de Cabinda.

Esclareceu que as autoridades sanitárias lançaram esse programa de prevenção para uma colaboração efectiva e ao mesmo tempo disseminar panfletos ou cartilhas informativas com dizeres que retratam as medidas de prevenção quanto ao contágio da doença, sensibilizando as comunidades residentes ao longo das fronteiras para estarem atentos a pessoas que apresentem sintomas.