Para além de destruírem os jazigos, os marginais pularam o murro, roubaram várias peças de mosaico, crucifixos, e arranjos de flores.

"A situação estava a tornar-se preocupante neste cemitério, mas, graças à pronta intervenção da Policia Nacional no local desde a semana passada, as invasões sossegaram", disse ao NJOnline Jamba Muecheno Beirão, administradora do Cemitério Municipal de Luena.

A responsável salientou, no entanto, que o túmulo de Jonas Savimbi continua intacto e seguro desde que a UNITA fez a obra de requalificação, depois de, em 2008, ter sido parcialmente destruído por um grupo de jovens.

"Já antes de a polícia meter uma patrulha na zona do cemitério, os marginais andavam a saquear tudo que viam de valor nos jazigos", conta, acrescentando que o túmulo do fundador do "Galo Negro", desta vez, não foi sacrificado pelos marginais.
Todavia, Jamba Muecheno Beirão referiu que, apesar de alguns estragos que os marginais causaram no interior do cemitério, os funerais continuam a realizar-se.

"Abrimos no período da manhã até ao meio dia, porque depois saímos para o almoço Voltamos a abrir ao público das 14:00 às 16:00", finalizou.

De lembrar que o túmulo do antigo líder da UNITA, morto em combate em Fevereiro de 2002, foi parcialmente destruído em Janeiro de 2008.

Adalberto da Costa Júnior disse à imprensa, na altura, que a "profanação" do túmulo de Savimbi teve " a intenção era retirar do local todas as indicações referentes à pessoa".

A UNITA, ao longo dos últimos anos, tem insistido na trasladação do corpo do seu antigo líder para a sua terra natal, o Andulo, na província do Bié, o que "simboliza a necessidade imperiosa de uma reconciliação nacional genuína e inclusiva, como premissa para a construção da verdadeira paz e da unidade nacional, pilares fundantes da Nação livre, unida e democrática, almejada por todos os angolanos".

O porta-voz do partido, Alcides Sakala, admitiu, em Fevereiro passado, existirem sinais do novo Executivo em dar o aval para a realização de um funeral condigno de Jonas Savimbi, adiantando, no entanto, que existem "sinais desencontrados a esse respeito que podem ser entendidos como indicadores de intenção, mas não existe nada formal, por enquanto".

"Espera-se que na conjuntura actual sejam restabelecidos os contactos com quem de direito para se retomar esse processo. É desejo da família e da direcção da UNITA que esse processo conheça o seu fim tão cedo quanto possível", acrescentou.

"Em África, um óbito só termina quando os familiares enterram os seus entes-queridos. Um princípio sagrado, de culto e respeito pelos mortos, consagrado culturalmente ao longo de séculos de vivência e convivência entre povos africanos", recordou Alcides Sakala.

Jonas Savimbi, segundo dados oficiais, morreu em combate no dia 22 de Fevereiro de 2002, na região do Lucusse, e o seu corpo foi formalmente sepultado na cidade do Luena, capital da província do Moxico.