O intendente Mateus Rodrigues, director provincial de comunicação institucional e imprensa do Ministério do Interior, disse ao Novo Jornal Online que as autoridades policiais estão no terreno a investigar as circunstâncias em que o jovem de 20 anos foi baleado na cabeça, encontrando-se hospitalizado em estado crítico.

Mais dados sobre as investigações vão ser publicamente divulgados na quarta-feira, numa conferência de imprensa marcada para as 09:00, no Comando Provincial de Luanda.

Joaquim Pascual Nafoia, de 20 anos, filho do deputado da UNITA Joaquim Nafoia, está em estado crítico depois de ter sido baleado na cabeça no último domingo, 17, alegadamente por um agente da Polícia Nacional (PN), disse o político ao Novo Jornal Online, acusando a polícia de perseguir a sua família com base em motivações políticas.

Joaquim Nafoia acusa a PN de ter colocado o seu filho entre a vida e a morte.

"O meu filho estava com três amigos naquela noite. Por volta das 20h apareceram três indivíduos com uniformes da Polícia Nacional. Um deles pegou no braço do meu filho, deu-lhe um empurrão e depois fez o disparo sem lhe dar oportunidade de falar", conta o deputado.

O dirigente do Galo Negro reconstituiu os acontecimentos, ocorridos na noite do último domingo, 17, no bairro da FUBU, em Luanda, a partir do testemunho dos amigos do filho, garantindo que o atirador já está identificado, pertencendo à esquadra local.

"O sujeito que fez o disparos na cabeça do meu filho, é filho de um comandante de uma das divisões da Polícia de Luanda. Já identificámos o camarada mas a Polícia está a ocultar as coisas...", acusa, garantindo que vai lutar para que a justiça seja feita.

Joaquim Nafoia adiantou que o seu filho encontra-se estado crítico nos Cuidados Intensivos do Josina Machel (Maria Pia).

"A bala entrou pela nuca e saiu pela vista esquerda. No Josina Machel não tem medicamento, tenho de trazer tudo da rua, o meu filho está entre a vida a morte nos Cuidados Intensivos daquele hospital", lamentou.

O parlamentar não tem dúvidas de que a acção teve motivação política.

"Esta é a segunda fez que acontece coisa do género com os meus filhos. O meu primeiro filho também foi vítima de assassinato em Outubro do ano passado. Desde essa data que a Polícia nunca se pronunciou sobre o acto protagonizados pelos seus efectivos", disse, reforçando a ideia de que está a ser vítima de perseguição política.

"Se querem fazer alguma coisa, façam a mim não os meus filhos. Não sei qual foi o mal que fiz para tanta perseguição à minha família", desabafou.