No discurso sobre o estado da Nação, proferido esta segunda-feira, 15, na Assembleia Nacional, o Presidente da República sublinhou que "não devemos permitir que algo que é sagrado e de grande responsabilidade como o é a religião e o bom nome de Deus, seja banalizado, profanado e se torne no negócio das almas, sem regras nem princípios".

Depois de salvaguardar que o Estado defende e respeita a liberdade de culto, de credo e de confissão religiosa, João Lourenço lembrou que também é "obrigação do Estado proteger o cidadão contra a acção de pessoas sem escrúpulos que não olham a meios para atingir os seus fins".

Decretando tolerância zero a esses"indivíduos sem escrúpulos que, a coberto da religião, procuram enriquecer facilmente extorquindo valores dos fiéis em si já pobres, com promessas vãs de milagres que jamais acontecem e com práticas que atentam contra a dignidade humana, a saúde e a vida dos fiéis", o Presidente da República apelou à mobilização de todos.

"Toda a sociedade está desde já convidada a se mobilizar e a ser parte activa desta luta", exortou o Chefe de Estado.

O repto de João Lourenço surge numa altura em que o Executivo aperta o cerco para regular o fenómeno religioso.

Segundo o director do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos do Ministério da Cultura, Francisco de Castro Maria, as confissões religiosas a actuar ilegalmente no país começam a ser encerradas em Novembro, 30 dias após a publicação no Diário da República do decreto que extingue seis plataformas ecuménicas.