As aeronaves Boeing, modelos 707 com variações da classe 300, com a matrículas D2-TPR, D2-MAN (na foto, captada em 2007, em Portugal) e D2-MAY, respectivamente localizadas no Terminal Aéreo Militar (TAM), em Luanda, propriedade do Estado angolano, serão abatidas à carga no âmbito do decreto presidencial nº177/10, de 13 de Agosto do ano passado.

A comissão técnica criada pelo Ministério das Finanças solicita a todas as entidades públicas e privadas, nacionais ou estrangeiras, que tenham qualquer relação jurídica sobre as referidas aeronaves, nomeadamente, a titularidade sobre a propriedade, direitos relativos a seguros, hipotecas, penhoras, garantias, taxas e alguma acção judicial ou outras obrigações que onerem o Estado angolano, no sentido de apresentarem as suas reclamações no prazo de 10 dias.

Findo este prazo, o Estado angolano considerará a inexistência de quaisquer ónus ou encargos pendentes sobre os aparelhos, passando à fase de venda em hasta pública.

Os modelos 707 da Boeing entraram ao serviço na década de 1950, produzido para utilização comercial entre 1958 e 1979, com capacidade, nas suas diversas classes, entre 140 e 219 passageiros, tendo o último em serviço regular de transporte de passageiros numa companhia aérea comercial, a Saha Airlines, do Irão, sido abatido em 2015.

Este modelo resistiu durante tantos anos porque o Irão, ao enfrentar pesadas sanções norte-americanas, esteve durante décadas impedido de importar aviões ou mesmo peças de substituição, tendo operado alguns "milagres" para manter antiguidades a voar, como foi o caso, até 2015.

No entanto, estes aparelhos ainda estão ao serviço da Força Aérea de cinco países, sendo considerados relíquias muito procuradas pelos observadores de aviões - plane spotting - em todo o mundo e, sempre que é conhecida a aterragem de um, isso gera uma forte emoção entre estes aficionados da aeronáutica.