Na pedonal, em frente ao antigo mercado da Estalagem, há relatos de que só no ano passado cinco pessoas fracturaram a perna quando a estavam a usar, uma situação que levou a administração de Viana a restringir o acesso. Mas, por falta de opções, milhares de pessoas usam esta passagem pedonal mesmo estando conscientes do perigo.

A administração municipal de Viana tem conhecimento do assunto e, quando contactada pelo Novo jornal, prometeu falar oportunamente mas esse momento não chegou.

Enquanto isto, a população lamenta o facto de até agora as autoridades só terem resolvido apenas o problema da Ponte Amarela, a mais conhecida e usada nesta via, e asseguram que fazem vista grossa às demais pedonais que carecem de rápida intervenção.

O Novo Jornal andou esta semana em várias pedonais daquele troço, que liga Viana a Luanda, tendo verificado, por exemplo, que a ponte metálica do Grafanil Bar e a da zona do ex-mercado da Estalagem, assim como da Robaldina, podem desabar a qualquer momento devido à corrosão dos materiais metálicos usados na sua construção, o que denota uma clara falta de manutenção.

Em outras pedonais, sobretudo ao longo da linha férrea, o avançado estado de degradação é igualmente visível e a situação preocupa os cidadãos que diariamente usam as pedonais para travessia.

David António, morador em Viana há 21 anos, pede às autoridades competentes que resolvam urgentemente os problemas da degradação das pedonais antes que alguém ali acabe por perder a vida.

"O sentimento é de medo para quem passa porque a ponte não está segura. Há momentos que abana muito, principalmente quando há muita gente à circular. O que se precisa de facto é mesmo de reparação ou substituição", explicou.

Pedro Morais, também munícipe, contou ser "um pecado grande" a forma como os órgãos competentes ignoram o clamor da população, uma vez que o perigo esta a vista de todos e "só não vê quem não quer".

O vendedor ambulante Paulo Armando, que o Novo Jornal encontrou a comercializar bebidas na zona da Estalagem, contou que a situação daquela pedonal "é de tristeza", recordando que em Dezembro do ano passado uma criança partiu a perna quando passava nesta pedonal.

"Como há um degrau em falta e numa zona importante a menina não deu conta e pisou. Infelizmente partiu a perna e teve ferimentos no rosto", contou.

Josefa Nhany, que vive na zona da "Ponte Partida", diz ser obrigada a passar naquela pedonal por não ter outra alternativa para sair do seu bairro.

"Não há outra solução a não ser usarmos a pedonal na forma que está. Mas com muito receio", descreveu.

Ao Novo Jornal vários munícipes contaram que Já estão cansados de falarem sobre o estado avançado de degradação das pontes pedonais de Viana, tudo porque as reclamações que têm feito não são consideradas pelas autoridades municipais e provinciais.

Para abordar esta situação, o Novo Jornal contactou Barnabé Raimundo, o administrador municipal adjunto para área técnica e infra-estruturas, que disse que a administração de Viana tem conhecimento do assunto embora sem adiantar pormenores, prometendo falar mais tarde. O que não veio a suceder.