Segundo um anúncio oficial do Gabinete Provincial da Educação de Luanda, publicado na edição de segunda-feira, 26, no Jornal de Angola, a comissão de júri provincial do concurso público de 2018 avisa aos candidatos ao concurso, cujos nomes contam da lista publicada no jornal, e que têm as médias entre 10 e 13, que devem apresentar os respectivos processos para a contratação no Magistério Mutu-Ya-Kevela, de 27 a 28 desde mês.

Entretanto, no local, vários são os candidatos que procuram entregar os seus documentos mas estão a ser impedidos por funcionários que dizem ter orientações superiores para apenas receberem processos com notas de 12 e 13 valores, e cujos certificados estejam reconhecidos pelo Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES).

Os candidatos acusam o Gabinete Provincial da Educação de Luanda de criar entraves no processo de admissão, dado o curto prazo para a entrega dos documentos.

Wilson dos Santos, candidato ao último concurso público, disse ao NJOnline que foi impedido de entregar a sua documentação por não estar acreditada pelo INAAREES, mas denuncia que vários candidatos já foram contratados sem a exigência do reconhecimento do documento.

"De que forma é que vamos perceber isto? Se o aviso do jornal não faz menção a nenhum reconhecimento do certificado pelo INAAREES em 48 horas? Acham mesmo que dois dias são suficientes para tratarmos dessa questão?", questiona o jovem.

Vários candidatos contaram ao NJonline que não estão a perceber esses entraves, uma vez que o aviso foi publicado tardiamente.

"Estamos aqui desde as 09:00 e temos os documentos todos para celebrar os contratos, mas estamos a ser impedidos de o fazer porque alegam que todos o que estudaram nas universidades privadas, em Angola, têm de ter os documentos reconhecidos pelo INAAREES", contam os visados.

"Apenas estão a receber certificados da Universidade Agostinho Neto, e dizem que não é preciso ser reconhecido. Assim querem mesmo contratar os professores? Ou estão a fazer manobras para colocarem os seus parentes?", questionaram os candidatos.

Sobre o assunto, o NJOnline contactou o Gabinete Provincial de Educação de Luanda, para os devidos esclarecimentos, mas não obteve resposta.

Vale referir que a Província de Luanda carece de 4.300 professores do ensino primário e do I e II ciclos do ensino secundário, para cobrir as necessidades do sector, revelou em Julho último o director provincial da Educação, Narciso Benedito.

No último concurso público, a Província de Luanda apurou um total de 2.650 candidatos, num universo de mais de 22 mil concorrentes.