Esta doença, de origem desconhecida e que aparenta uma grande facilidade de transmissão entre indivíduos, que provoca hemorragias letais no gado bovino, paralisa os membros dos animais e provoca uma fraqueza inexplicável, foi detectada no início de Agosto e, segundo informações do serviço nacional congolês de vigilância e controlo de epidemias (SENS), até meados de Outubro já tinha matado cerca de 2500 animais.

Em declarações à imprensa congolesa, Robert Senge, director do SENS, "mais de 40 mil animais estão em risco" perante o avanço desta epidemia que tarda em ser diagnosticada, tendo como agravante o facto de a província onde foi declarada ser a principal fornecedora de carne para a capital da RDC, Kinshasa, e ainda porque as populações, por falta de informação, estarem a alimentar-se dos animais mortos.

A província do Kwilu, que tem Kikwit como capital, dista, em linha recta, escassas centenas de quilómetros da fronteira com Angola, embora, devido à inexistência de vias rodoviárias em bom estado, não exista quaisquer contactos de compra e venda conhecidos de animais entre os dois países, sendo o risco a eventual transmissão da doença dos animais domésticos para os animais selvagens que possam, através das suas migrações, deslocarem-se para Angola.

Segundo as autoridades sanitárias congolesas, que já têm no terreno equipas de técnicos para investigar esta doença, após a declaração dos sintomas, que incluem ainda diarreias hemorrágicas e salivação volumosa, entre outros, a morte surge entre três a quatro dias depois, com os animais mortos a exalarem rapidamente um cheiro nauseabundo.

Apesar do risco e da gravidade que esta doença desconhecida apresenta, por falta de meios, ainda não foram feitas as urgentes análises laboratoriais, tendo o SENS lançado um pedido de apoio aos parceiros internacionais da RDC.

Entretanto, a agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) já disponibilizou 10 mil dólares para investigações epidemiológicas sobre esta doença a cargo do SENS.