O porta-voz da UNITA admite que um atraso na obtenção de resultados genéticos podem atrasar o programa de transladação dos restos mortais do fundador da UNITA para a sua terra natal, Lopitanga, Andulo, província do Bié.

Alcides Sakala acrescentou, em declarações ao NJOnline, que os mais de 15 anos que passaram após Savimbi ter sido enterrado no Luena, logo depois de ter sido abatido pelas tropas governamentais, a 22 de Fevereiro de 2002, estão a criar dificuldades aos técnicos encarregados de proceder aos testes de ADN.

"Ainda não há nenhuma indicação sobre os resultados dos testes e, pelo facto do corpo estar há mais de 15 anos sepultado, os especialistas estão a encontrar enormes dificuldades para os concluírem", disse.

Recorde-se que o inspector-geral da Saúde, Miguel dos Santos de Oliveira, que integrou a missão que foi ao Moxico para acompanhar e realizar, a 31 de Janeiro, a exumação dos restos mortais de Savimbi, disse, na ocasião, que o processo de confirmação laboratorial poderia levar entre 20 e 25 dias.

Face a estes problemas de natureza técnica, poderá, segundo Sakala, ocorrer uma mudança de planos e os exames conclusivos serem realizados noutros laboratórios, nomeadamente dos EUA, Suíça e Argentina.

A eventual alteração do calendário das cerimónias fúnebres no âmbito da transladação dos restos mortais para a terá natal do histórico líder do partido do "Galo Negro", que aponta para o início de Abril, no dia 06, Alcides Sakala sublinhou que "essa é meramente uma data indicativa" e que "tudo vai depender da celeridade com que forem concluídos os testes".

Uma das questões sublinhadas pelos dirigentes da UNITA e pelos seus familiares é que antes de serem efectuadas as cerimónias fúnebres na sua terá natal é determinante obter os resultados dos testes que provam que aqueles são efectivamente os restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi.

Recorda-se que o líder da UNITA, Jonas Savimbi, foi morto em combate a 22 de Fevereiro, perto de Lucusse, na província do Moxico, após uma longa perseguição efectuada pelas Forças Armadas Angolanas.