O julgamento dos homens que assassinaram a tiro o ex-estudante bolseiro, Jorge Peterson da Silva Miguel, de 26 anos, no bairro Gamek em Luanda, à saída de uma agência do Banco BIC, onde tinha ido levantar seis milhões de Kwanzas, foi suspenso pelo tribunal devido à demora na chegada dos arguidos, detidos preventivamente na cadeia de Viana, tendo, na ocasião, sido avançada como razão a falta de viatura disponível nos Serviços Prisionais.

No entanto, em declarações hoje ao NJOnline, o porta-voz do Serviços Prisionais, Menezes Cassoma, garantiu que "não houve falta de viatura".

"O que é aconteceu é que neste dia, os Serviços Prisionais tinham que transportar, ao mesmo tempo, detidos para os tribunais de Cacuaco, do Kilamba Kiaxi, de Benfica, para O Palácio Dona Ana Joaquina e ainda para o Tribunal Supremo", explicou Menezes Cassoma.

Ainda segundo a mesma fonte, os Serviços Prisionais estavam a deixar vários grupos de detidos preventivamente em vários tribunais e os destinados ao Palácio Dona Ana Joaquina chegaram ao local quando os juízes já tinham adiado a sessão de julgamento.

Recorde-se que o NJOnline, noticiou no dia 11 deste mês que, a falta de viatura para transportar os detidos desde a cadeia até ao Tribunal foi a razão evocada pelo Tribunal para adiar o julgamento, ficando de ser definida uma nova data para o efeito.

O julgamento devia ter começado às 10:00 de segunda-feira mas, quando eram 12:00, o juiz Vidal Romeu questionou a demora dos réus e pediu para o oficial de justiça contactar a Prisão da Comarca de Viana no sentido de saber a razão da demora dos dois presos, disse ao NJOnline uma fonte do tribunal.

Face a este cenário, o julgamento foi suspenso sem mesmo ter sido iniciado e sem que tivesse sido marcada nova data.

"Estamos a aguardar uma resposta da comarca, não podemos dar data porque o erro não foi cometido pelo tribunal e quando os Serviços Prisionais tiverem as condições reunidas, o tribunal vai agendar uma nova data", afirmou a fonte nesse momento.

Na altura, o NJOnline contactou o porta-voz dos Serviços Prisionais, Menezes Cassoma, que disse não ter, naquela altura, informação do caso prometendo um esclarecimento em breve. Esclarecimento esse que foi dado hoje.