Esta investigação, confirmada ao NJOnline pelo director de Comunicação da Delegação do Ministério do Interior de Luanda, intendente Mateus Rodrigues, foi despoletada pela segurança da empresa Distribuidora, onde um primeiro cheque "falso" foi utilizado para a compra de bens.

Após a recepção do cheque, no dia 09, a empresa confirmou junto do banco onde o cheque, emitido pelo BFA, foi depositado, o Millennium Atlântico, que este tinha cobertura e entregou a mercadoria ao cliente, mas, como explicou ao NJOnline fonte do departamento de segurança da Distribuidora, "passou pouco tempo para se perceber o logro" e descobrir que, afinal, o referido cheque não estava coberto com fundos na respectiva conta, havendo apenas uma correspondência de saldo contabilístico.

"Foi nesse momento que iniciamos um processo interno de averiguação, com a devida participação às autoridades", contou ainda a mesma fonte.

Mas, com o sucesso da primeira utilização de um cheque sem cobertura, ou falso - questão que está sob investigação do SIC - o mesmo "cliente" tentou, no Sábado, 11, "um novo golpe" com o movimento de outro cheque na mesma empresa para comprar o mesmo tipo de mercadoria.

"Isso permitiu ao SIC, com a colaboração da segurança da empresa, organizar uma operação para deter os indivíduos, que envolveu o transporte dos produtos pela empresa ao suposto cliente, acabando esta com a detenção de quatro pessoas", alegadamente envolvidas no esquema de emissão de cheques falsos ou sem cobertura.

O NJOnline soube que os detidos foram sujeitos a interrogatórios policiais logo após a detenção e que os referidos cheques foram "fornecidos" por um "mediador", estando o Serviço de Investigação Criminal a desenvolver uma investigação que pressupõe a possibilidade da existência de uma rede organizada de utilização de cheques falsos ou sem cobertura.

Todavia, contactado pelo NJOnline, o director de Comunicação da Delegação do Ministério do Interior de Luanda, intendente Mateus Rodrigues, disse que este assunto está em segredo de justiça e, por isso, não é possível fornecer mais dados "para não atrapalhar a investigação em curso".

No entanto, fonte do SIC admitiu ao NJOnline que a questão da utilização dos cheques naquelas circunstâncias é o que está a merecer maior atenção dos investigadores e que os bancos envolvidos já foram notificados no âmbito da investigação.