Nesta reunião, segundo fonte do Sinprof, ficou decidido que a posição do Governo será analisada no próximo Sábado, em Luanda, quando estarão juntos todos os secretariados provinciais do sindicato.

Desse encontro sairá uma resposta àquilo que pode ser entendido como uma proposta negocial do Ministério da Eduação entregue hoje ao Sinprof, de onde constarão respostas a algumas das exigências sindicais e razão pela qual foi convocada a greve, embora só no Sábado serão dados publicamente pormenores deste novo processo negocial.

Esta primeira reunião entre a tutela e o sindicato após o cumprimento do primeiro período de uma greve elaborada para ser conduzida por etapas, pode ser, segundo alguns professores contactados pelo Novo Jornal online, um passo importante do ministério em direcção a uma solução sustentável.

Os professores do ensino geral de todo país prometeram e cumpriram três dias de greve entre 05 e 07 deste mês, deixando em aberto um novo período de greve entre 25 de Abril e o início de Maio, coincidindo com a época de exames.

Na linha da frente deste protesto dos docentes angolanos esteve o Sinprof, acompanhado pelo Sindicato Nacional de Trabalhadores e Professores não Universitário (SINPTNU), e que se tornou histórica pelos níveis de adesão em todo o país, na ordem dos 95 por cento.

Antes e depois dos três dias de greve, tanto os sindicatos como o Governo mantiveram nos seus discursos abertura para o diálogo, apesar de os professores terem sido ameaçados com penalizações salariais, entre outras, pelos dias em que estiveram ausentes das escolas, o caminho do diálogo nunca deixou de estar acessível.

O Ministério da Educação emitiu um comunicado, pouco antes da greve, sublinhando que tem "vindo a atender as reclamações dos professores" e que nestas constam "a remuneração em atraso aos titulares de cargos de direcção e chefia, colaboração docente, prémio de exame e subsídio de férias".

"O governo sempre considerou e continuará a considerar o SinProf e outros sindicatos dos trabalhadores do ramo da Educação, seus parceiros sociais, importantes na defesa dos interesses da classe e desenvolvimento do sistema educativo", notava ainda o ministério, ao mesmo tempo que advertia os professores e alunos para as consequências da ausência das escolas durante o período da greve.

E aconselhava professores e alunos a manter o "cumprimento estrito do calendário escolar", o que resulta de ser assegurado "o normal funcionamento das escolas".

Já do lado dos professores, admitindo sempre a possibilidade de diálogo, foram feitas acusações graves de detenções arbitrárias de docentes em greve e de ameaças feitas no sentido de os pressionar a voltarem as aulas com a intenção de esboroar o protesto.

Tal não sucedeu e o Sinprof apontou de imediato novo període de greve para a época de provas em final de Abril e início de Maio.

Existem agora probabilidades, que só no Sábado terão contornos definidos, de os sindicatos interromperem a greve, embora isso esteja dependente das propostas do Governo.