Em declarações à TPA, esta noite, Eusébio Manuel, chefe do departamento de higiene e vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde, adiantou que o primeiro caso de zika no país foi notificado há cerca de dois meses, e envolveu um cidadão francês que estava em trânsito no país, tendo passado por Luanda e Benguela.

Já o segundo diagnóstico refere-se a uma paciente angolana, residente em Luanda e diagnosticada na semana passada, através do sistema nacional de vigilância epidemiológica, desenvolvido no combate à epidemia de febre-amarela.

Para dar resposta a estes casos, o Ministério da Saúde garante que as medidas de vigilância epidemiológica estão a ser intensificadas, apelando, ao mesmo tempo, a que a população reforce as medidas de prevenção contra a picada do mosquito Aedes, transmissor do vírus zika.

Além de sublinhar a importância do uso de mosquiteiros, Eusébio Manuel lembrou que as mulheres, grávidas e em idade reprodutiva, devem redobrar os cuidados, tendo em conta a sua maior vulnerabilidade em caso de infecção.

Em causa está o risco de um feto infectado com o vírus zika desenvolver microcefalia, entre 1 e 13%, durante o primeiro trimestre de gravidez.

A relação foi demonstrada por investigadores dos centros norte-americanos de controlo de doenças, que chegaram a essa estimativa depois de terem criado um modelo matemático baseado em estatísticas de infecções por vírus zika e de casos de microcefalia na Polinésia francesa, que sofreu um surto em 2013, bem como no Estado da Baía, no Brasil.

Também Cabo Verde registou uma epidemia de zika, entre finais de 2015 e meados de 2016, tendo-se registado mais de 7.500 casos suspeitos e 15 casos de microcefalia em bebés associada ao vírus.