É o caso de ser já possível, como vos demos a conhecer durante duas semanas, a assinatura e o acesso ao jornal on line, por via de pagamento por multicaixa; é a continuidade de um trabalho interno de reformulação que, dentro de relativamente pouco tempo, vos trará o mesmo jornal, obedecendo aos mesmos princípios e à mesma linha editorial, mas modernizado do ponto de vista da apresentação dos seus conteúdos e do seu formato; e, como seguramente notaram desde há algumas semanas, o aumento possível - no quadro de um esforço financeiro contido mas seguro - da quantidade e qualidade dos cronistas que trazem, sem dúvida, outra noção de diversidade e de pluralismo, cada vez mais necessários na nossa sociedade, ajudando a bordar um tecido que faça com que se torne profunda e definitivamente enraizada a ideia de que ter opiniões diversas e contrárias, por mais contundentes que sejam, não nos tornam inimigos.
Artur Portela Filho, grande jornalista português nascido em 1937 e felizmente ainda vivo, escrevia em 1978: " A democracia é a legitimidade da crítica em profundidade". E acrescentava: "A intelligentsia exige ao poder o que poderia fazer e não faz; mas também que ele não faz, porque não poderia fazer..."
Tão simples quanto isso...
É pois, em nome do aprofundamento do pensamento democrático e da pluralidade de opiniões, qualquer que seja o âmbito das matérias que abordem, que já temos o grato prazer de ter entre nós, um colega antigo, cuja integridade moral e profissional está mais do que comprovada, como é o caso do Ismael Mateus, de Francisco Soares - um dos investigadores que hoje mais sabe e melhor domina os caminhos de todos os tempos da literatura angolana - a quem vamos juntar, a partir de hoje, o "nosso" Gustavo Costa, ex-director deste jornal, jornalista de créditos definitivamente firmados, e cujo anúncio de regresso à casa que nunca deixou de ser a sua, agora como colunista, foi saudado por toda a redacção com um grande salva de palmas.
Não nos esquecemos, obviamente de alguns dos magníficos companheiros de estrada de há muitos anos, como o Fernando Pacheco, o Fernando Pereira, ou os menos recentes, como o nosso Mais Velho e respeitado Mário Afonso d"Almeida (Kasesa), o pediatra e intelectual de rara envergadura, Luís Bernardino que, sendo da casa, acabam por estar tão próximos de nós, que os sentimos parte inteira da redacção...
Ou a ATD (Associação Tchiweka de Documentação), sempre pronta e disponível para qualquer matéria que se pretenda abordar, com seriedade, rigor e verdade, no cumprimento de um legado histórico, ético e moral inevitável.
Seguir-se-ão o João Melo e o Sousa Jamba, ambos mestres da caneta (é mais bonito e mais profundo do que utilizar a expressão "do computador"...) que ajudarão a fortalecer esta necessidade urgente de, qualquer que seja a visão de cada um, ajudar a estabelecer em definitivo a ideia indispensável de que os grandes consensos nascem do debate, da troca de ideias, da confrontação de opiniões.
Ajudando a pôr fim à ideia velha e caduca de que "quem não é por nós é contra nós". Um princípio gasto, ultrapassado e que, com a maior urgência possível, deve ser enterrado de vez.