A Fundação Arte e Cultura, na Ilha de Luanda, que em Dezembro do ano passado lançou a obra "Geração Poema", com participação de 27 poetas de gerações diferentes, prepara-se para apresentar aos amantes da literatura uma nova colectânea. Trata-se de uma antologia que reúne inéditos escritos de 64 crianças e adolescentes. De género poesia, o livro, cujo título é "Voz da Criança", chega às mãos dos leitores no dia 29 de Junho do presente ano.

Em conversa com o Novo Jornal, Naama Margalit, directora-geral daquela casa de cultura, referiu que a obra, para além de ser uma contribuição à "mãe" literatura, reflecte sobre o talento de crianças e adolescentes que dão os primeiros passos na arte de escrita.

"Temos realizado Olimpíadas de Língua Portuguesa e, este ano, promovemos uma formação de escrita criativa voltada para os mais novos, e, deste processo, surgiu o projecto da antologia infantil. As crianças que não puderam escrever poemas fizeram ilustração no livro através de desenhos, explicou.

A responsável avançou, igualmente, que, para além da antologia infantil, que inicialmente deve contar com 250 exemplares, a Fundação Arte e Cultura vai reeditar três outras obras literárias, nomeadamente: os livros "O Pássaro da Alma", de Michal Snunit, "A História do Milho Roxo", de Edmira Cariango Manuel e "Na Praça do Conto", de Fernando Carlos. Editará, também, o novo livro da escritora angolana Amélia da Lomba, intitulado "O Mar na Boca".

O livro resulta de um concurso literário realizado pela Fundação Arte e Cultura no início deste ano, do qual participaram várias crianças e adolescentes, tendo sido seleccionados e premiados os melhores textos. Três dos poemas constantes do livro foram musicalizados, um dos quais por Paulo Flores.

Livro «vai colocar em diálogo autores de diferentes gerações»,

Para o escritor e crítico literário Hélder Simbad, a Fundação Arte e Cultura, ao colocar a referida antologia no mercado, vai colocar em diálogo, mais uma vez, autores de diferentes gerações para representarem textos de um dos segmentos literários que precisa de ser potenciado continuamente: a literatura infantil.

"Nesta colectânea, escrita por artífices de diferentes estatutos etários, rondando os 60, 26, 21,15 anos, a criança é a voz. Todos são movidos por essa luz inocente que transforma os menores em anjos. Mesmo quando os textos apresentam uma linguagem conotativa, ela é trazida na esteira do entendimento da criança", sublinhou.

O crítico destacou, inclusive, o feito da Fundação Arte e Cultura, que, em menos de um ano, apresenta ao público mais de cinco obras literárias, com destaque para as duas antologias.

"Com este feito, a Fundação reafirma a sua posição de uma mais-valia, ao não se desviar do seu papel social, estando em várias frentes", frisou.

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