"Trinalidades é um disco que provavelmente será o meu último trabalho. Mas, infelizmente, penso que não vai ser lançado". Foi com estas palavras e um semblante triste que o consagrado músico angolano Filipe Mukenga respondeu ao Novo Jornal quando questionado se já havia encontrado apoio financeiro para lançar o álbum inédito que reúne 36 músicas criadas em "tempo recorde", durante o primeiro ano de confinamento provocado pela Covid-19.

Em Junho deste ano, o artista havia relevado, em entrevista ao Expansão, que, para a produção e lançamento do referido projecto discográfico, necessita de 150 mil euros, cerca de 100 milhões de kwanzas. A obra envolve três álbuns com canções diferentes feitas a partir de poemas de Filipe Zau, Eugénio Lisboa, Manuela Baptista, Amélia da Lomba, Vanessa Pereira, Álvaro Macieira e Raul David. A ser concretizado, Trinalidades, segundo o também chamado "Mestre Kianda", será, provavelmente, o seu último trabalho discográfico, por isso volta a solicitar apoio para a edição.

"Todos os meus discos foram suportados pelas editoras às quais eu estava ligado contratualmente. Voltei à minha terra e não há editoras. O que funciona são os patrocínios, mas, devido aos actuais problemas económicos e financeiros, não há", sublinha o "filho de Cabinda".

Filipe Mukenga, que voltou a falar da falta de valorização e do reconhecimento, por parte do Estado, dos artistas angolanos, fez saber que, nos últimos anos, tem enfrentado dificuldades financeiras, sobretudo por falta de espectáculos, situação que só não piorou graças à sua reforma, uma vez que foi militar.

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