É um grito de socorro que se repete em véspera de compromissos desportivos que exigem um grande esforço financeiro para movimentar as distintas selecções nacionais. O Futebol dominará o ranking destes registos. Esta semana, Artur Almeida e Silva, o empresário que cumpre o segundo mandato à frente da Federação Angolana de Futebol (FAF), veio a terreiro avançar que está ameaçada a presença dos Palancas Negras na corrida ao CAN de 2023. O Novo Jornal sabe que o Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD) considera impossível responder satisfatoriamente aos 2,5 mil milhões de kwanzas solicitados pela FAF para cobrir os gastos da campanha da Selecção Nacional na corrida ao africano da Côte d"Ivoire.

Fonte do MINJUD diz que o organismo que superintende a política desportiva no País não «jogou ainda a toalha ao tapete», estando em curso diligências para, com a ajuda de empresas privadas, encontrar "apoios financeiros significativos" para, com as verbas oriundas dos próprios cofres do Ministério, «fechar» o valor pretendido e deixar respirar de alívio o elenco da FAF.

O MINJUD, através de um quadro sénior, admite que, depois de lançado o repto, ainda não colheu qualquer resposta ao apelo. Mas mantém-se firme quanto ao discurso de optimismo, que aponta para uma presença da Selecção Nacional, a partir do final deste mês, no apuramento para o CAN"23.

"O orçamento que a FAF nos apresentou está muito acima do valor total que o MINJUD disponibiliza anualmente ao Futebol. Ainda assim, acreditamos que os esforços que estamos a empreender com a FAF na procura de patrocínios vai surtir efeitos desejados, e vamos garantir a presença dos Palancas Negras nessa campanha. O Estado não se furtará das suas responsabilidades para com o desporto", assevera, sem deixar escapar dúvidas, a fonte ministerial.

Se do lado do Ministério da Juventude e Desportos o discurso tem um pendor optimista, o mesmo não se pode dizer em relação à Federação Angolana de Futebol, de cujos líderes soam declarações apreensivas, alarmes que apontam para prenúncio de desistência dos Palancas Negras da campanha que se avizinha de apuramento para a maior montra do futebol continental, já em 2023.

Confrontada com as declarações de esperança da fonte do MINJUD, a direcção da FAF não esconde uma crise de confiança quanto à expectativa de, do repto lançado, se alcançar os necessários apoios.

O elenco de Artur Almeida e Silva não dá voltas e recorre à própria imagem de «mau pagador» com que a FAF passou a ser vista nos meandros da classe empresarial que opera no País: "Estamos numa situação em que, praticamente, ninguém no mercado mais acredita em nós, não querem pôr os seus serviços a risco".

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