Em virtude de não ter sido contemplado na lista de beneficiários da ajuda financeira da FIFA, que vai minimizar a crise económica que vive a maior parte dos clubes africanos, a direcção do City Jardim Sport Clube, liderado por Floriano Aníbal, avançou ao Novo Jornal que vai levar a FAF ao Comité de Ética da FIFA caso não recebam do órgão-reitor do futebol angolano os 10 mil dólares destinados a cada clube da segunda divisão.

Floriano Aníbal, presidente do clube em causa, salientou que o dossiê segue possivelmente na terça-feira, 2, ao Comité de Ética da FIFA, caso o órgão-reitor do futebol em Angola não coloque a formação do Kwanza-Norte entre os beneficiários da ajuda financeira.

"Estou agastado com a atitude injusta da FAF. A minha equipa devia fazer parte dos beneficiários, porque disputámos o zonal de apuramento, apesar de termos desistido da prova, ainda na terceira jornada. Temos os documentos e provas que serão submetidos à FIFA. É preciso que as pessoas saibam que a nossa desistência não foi uma desistência propositada, mas forçada pela falta de recursos financeiros que o clube vive", sustentou Floriano Patrício ao NJ.

No seu entender, "seria benéfico se a FAF distribuísse as verbas da FIFA aos clubes sofredores e mendigos", mas não aos que já têm milhões de kwanzas.

Clubes da segunda divisão vão beneficiar de 10 mil dólares cada

Um milhão e 800 mil dólares é o valor que o País vai receber, nos próximos dias, de ajuda financeira da FIFA e da CAF, com 90 mil para os clubes da segunda, sendo 10 para cada nove formações a serem contempladas.

Segundo o documento, o futebol de praia beneficiará, brevemente, de dois mil dólares, já o futsal terá cinco mil. A percentagem poderá, também, beneficiar a Associação dos Árbitros de Futebol de Angola (AAFA), a Associação dos Treinadores de Futebol de Angola (ATEFA) e a Associação Nacional dos Futebolistas de Angola (ANFA).

Futebol feminino «engorda» com 500 mil dólares

O maior bolo (500 mil dólares) do alívio financeiro da FIFA e da CAF será aplicado na massificação do futebol feminino, sendo 150 mil para as selecções de formação, 100 mil para a Selecção Nacional e 80 mil para os clubes e escolas de formação. As provas em seniores e juniores terão cada 50 mil dólares, enquanto o equipamento de biossegurança e os meios técnicos vão consumir 30 mil e 40 mil dólares, respectivamente.

O mapa consultado por este semanário aponta que as dezasseis equipas que compõem o Campeonato Nacional da Primeira Divisão, Girabola ZAP, vão receber 256 mil dólares, o que irá representar 16 mil para cada formação.

Outros clubes de formação reconhecidos pela FAF vão beneficiar de 248 mil dólares e 235 mil para as selecções masculinas.

Na rubrica das selecções nacionais, os Palancas Negras vão ter o maior bolo (90 mil), 72 mil para a Selecção sub-17, 38 mil para os sub-20 e 33 mil para a Selecção sub-15.

Conforme o documento, as Associações Provinciais de Futebol (APFS) terão 216 mil dólares, sendo 12 mil para cada das 18 organizações desportivas.

O NJ apurou que o alívio financeiro que vai beneficiar a FAF para distribuir aos seus filiais não são um pacote de empréstimo, mas, sim, de ajuda.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)