"É pouco provável que Angola prossiga com um segundo programa do FMI até depois das eleições de 2022 devido ao aumento da pressão sobre a despesa pública para sustentar o apoio ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder)", lê-se num comentário à evolução da situação económica no país.

No comentário, enviados aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que "a retirada dos subsídios, o abrandamento da economia angolana e o falhanço do partido no poder em garantir algumas promessas eleitorais levou a um declínio do apoio nos tradicionais bastiões".

Para os analistas desta consultora, "a crescente concorrência eleitoral colocada pela formação de uma coligação na oposição e as mudanças à lei eleitoral aumentaram o risco da existência de mais protestos políticos nas vésperas das eleições de 2022".

Estas eleições, concluem, "podem ser a campanha presidencial mais competitiva na era do pós-guerra, principalmente devido ao facto de o MPLA enfrentar pela primeira vez uma oposição unida liderada por Adalberto da Costa Júnior", líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

Este fortalecimento da oposição "pode fazer com que o Presidente, João Lourenço, atrase a redução dos subsídios aos combustíveis e acelere o ritmo dos programas para atrair investimento directo estrangeiro e diversificar a economia", apontam os analistas.