Com a manutenção das previsões em 3,8% para o crescimento do continente africano para 2022 e 4% para 2023, o FMI deixa perceber uma maior confiança no desempenho da economia africana que do resto do mundo, para onde prevê uma perda de gás de 0,4 pontos percentuais, para 3,2%.

Angola, que mantém um crescimento de 3,3 por cento para 2023 devido, em grande medida, à alta no preço do petróleo, com 2022 a ficar, como tem sido vincado ao longo de todos os relatórios este ano, nos 3,0, é um dos países que contribui para o bom desempenho da África Subsaariana, que chegará aos 4,0 por cento no próximo ano e atingira este ano os 3,0 por cento.

Entre os países lusófonos, o que apresenta melhor forma é Cabo Verde, com 5,2 em 2022 e 5,8 em 2023, apesar de não ter nem petróleo nem outros recursos naturais relevantes, seguido de Moçambique, que não conta com recursos naturais de grande relevo, por enquanto, com 3,8 para este ano e 5,0 para o próximo.

Em África são as duas maiores economias, Nigéria e África do Sul, que mais empurram o continente para o "verde", com a Nigéria a trepar 3,4% em 2022 e a subir uma décima na em 2023, de 3,2 para 3,3 por cento, enquanto na África do Sul as estimativas melhoram de 1,9% para 2,3% este ano e mantém nos 1,4% no ano que vem.

Estes valores, apesar de positivos, não escondem que se trata de uma situação que poderia ser substancialmente melhor não fora os efeitos muito negativos da pandemia e da guerra na Ucrânia em quase todos os 54 países africanos, igualmente quase todos a viver tempos de extrema dificuldade, que podem reverter no futuro este Outlook.

Em primeira linha está a questão do aumento expectável dos combustíveis e dos produtos alimentares, que, se o acordo recente entre ONU, Turquia, Ucrânia e Rússia experienciar dificuldades, terão grande impacto negativamente nas economias continentais.

No resto do mundo...

... as coisas surgem bastante menos optimistas, com o FMI a esperar para 202e uma descida ainda mais vincada do que aquilo que era esperado em Abril, passando de 6,1% para 3,2% até final de Dezembro.

Este quadro resulta das pinceladas da guerra na Ucrânia e ainda dos estilhaços pandémicos.

Este pronunciado corte é resultado dos riscos que se acabaram por impor e que já estavam alinhavados em Abril mas que existia para eles uma nesga de possibilidade de não se materializarem, como é o caso da perda de vigor da economia chinesa, muito por ausa dos confinamentos extraordinários dos meses mais recentes, do cenário que se aguarda face às esperadas reavaliações em alta das taxas de juros na Europa e nos EUA, contramedidas para atacar a inflação, e ainda os estilhaços do conflito no leste europeu.