Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, a Índia está a braços com um surto devastador, registando recordes diários em seis dos últimos sete dias. Nas últimas 24 horas, foram ainda contabilizadas mais 3.645 mortes, um novo máximo no país, segundo a Lusa.

Já o repórter especialista em ciência e saúde da cadeia britânica de rádio e televisão BBC, James Gallagher, que está na Índia, diz que o país tenta reagir, mas lembra que a "covid pode ser letal mesmo com cuidados médicos perfeitos, mas quando os hospitais ficam sobrecarregados, as vidas que poderiam ter sido salvas são perdidas."

A situação, diz, é particularmente terrível em Delhi, onde não há mais camas de cuidados intensivos (UTI).

"Muitos hospitais estão a recusar novos pacientes e pelo menos dois viram pacientes morrerem depois de as provisões de oxigênio terem acabado".

Segundo a BBC, há familiares de pessoas doentes a apelar nas redes sociais por vagas em hospitais, suprimentos de oxigênio e máquinas de ventilação mecânica.

"Para complicar a resposta ao surto, os laboratórios também estão sobrecarregados e demoram até três dias para devolver os resultados dos testes de covid. Os crematórios, por sua vez, estão funcionando 24 horas por dia", refere.

"Infelizmente, nas próximas semanas a situação vai piorar significativamente", adverte Gallagher.

A explosão do número de casos, atribuída a uma variante do vírus detectada na Índia e a comícios eleitorais e festivais religiosos em grande escala, sobrecarregou os hospitais, onde faltam camas, medicamentos e oxigénio.

O país, que administrou até agora cerca de 150 milhões de vacinas contra a covid-19, vai alargar a vacinação a partir de sábado a todos os adultos, o que significa que mais 600 milhões de pessoas serão elegíveis.