Na noite de Domingo, as instalações do Canal de Moçambique foram reduzidas a cinza por um incêndio de origem criminosa para os qual os seus autores usaram como ignição bidões de combustível e engenhos explosivos do tipo "cocktail molotov".

Os responsáveis pela publicação já tornaram pública a sua certeza de que se tratou de um crime contra este semanário de Maputo devido às evidências deixadas pelos seus autores, com destaque para os recipientes de gasolina encontrados no local.

As autoridades moçambicanas ainda não divulgaram quaisquer suspeitos, tendo apenas iniciado investigações depois de a denúncia do jornal ter dado entrada numa das esquadras de polícia da capital moçambicana.

Por detrás deste crime, de acordo com fontes citadas pela imprensa do país, estará a intenção de deixar um "aviso claro" aos jornalistas do Canal de Moçambique sobre a forma como conduzem as suas investigações, nomeadamente as que envolvem a corrupção e a má governação do Executivo do Presidente Filipe Nyusi, e da Frelimo.

Um dos temas mais quentes nos últimos tempos neste semanário, que já garantiu a chamada do seu director-executivo, Matias Guente, à PGR moçambicana, é a questão da assinatura de contratos para garantir a segurança na província de Cabo Delgado, entre o Governo e as multinacionais petrolíferas, depois de muitos meses sucessivos de ataques jihadistas, que já fizeram centenas de mortos e milhares de desalojados, desde que ali foi encontrada uma significativa reserva de gás natural.

Apesar da destruição completa da redacção, os responsáveis editoriais pelo Canal de Moçambique, um dos principais media moçambicanos, asseguraram de imediato que este não vai deixar de ser editado e a sua próxima edição, de quarta-feira, já está a ser preparada.