A Rússia e o Irão manifestaram-se contra a deposição do presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto a China demonstrou preocupação. O Ocidente aplaudiu o fim do regime de Assad, mas há também uma postura de cautela face ao futuro imediato da Síria.
A Hayat Tahrir al Sham proclamou uma Damasco "livre" de Bashar al-Assad, enquanto o presidente sírio, há 24 anos no poder, abandonou o país e exilou-se em Moscovo, segundo as agências russas Ria Novosti e Tass.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, deixou um apelo à calma na Síria, diante do que considera ser uma "oportunidade histórica para construir um futuro estável e pacífico".
"Há muito trabalho a fazer para assegurar uma transição política ordenada para instituições renovadas. Reitero o meu apelo para a calma e para que se evite a violência neste momento sensível, protegendo simultaneamente os direitos de todos os sírios, sem distinção", exortou António Guterres em declaração publicada no portal da ONU.
Guterres defendeu que é preciso o apoio da comunidade internacional para uma garantir uma transição política inclusiva e abrangente e que responda às aspirações da população.
"A soberania, a unidade, a independência e a integridade territorial da Síria devem ser restauradas", vincou o secretário-geral da ONU, que pediu que a inviolabilidade das instalações e do pessoal diplomático e consular "deve ser respeitada em todos os casos".
Apontando que serão os sírios a determinar o futuro da Síria, Guterres disse que a ONU vai estar empenhada em apoiá-los a "construir um país onde a reconciliação, a justiça, a liberdade e a prosperidade sejam realidades partilhadas por todos".
Em 2015, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução 2254, com o objectivo de se definir uma solução política para a guerra civil na Síria, que eclodira em 2011, e de estabelecer um processo de transição política, sob a égide da ONU.