Isto, porque o Conselho Federal, que funciona como, Senado na Rússia, acaba de aprovar uma decisão já votada, em Março, pela Duma (a câmara baixa do Parlamento) que responde à vontade expressa no referendo de 2020 onde uma esmagadora maioria dos votantes disse concordar com uma alteração constitucional que abre a porta a mais duas candidaturas de Putin.

Se o chefe do Kremlin decidir candidatar-se, com efeito, nada o poderá deter para se manter no poder por mais 15 anos, o que, somando aos 21 que leva no exercício de poder absoluto, de facto, desde 2000, apesar de ter intervalado por com passagem pelo cargo de primeiro-ministro, colocando Dmitri Medvedev na Presidência, entre 2008 e 2012, fará com que se torne num dos líderes mais longevos em todo o mundo.

O esquema, segundo a oposição russa, usado pelo líder do Kremlin de forma a perpetuar-se no poder, passa por ter alterado a Constituição no sentido de impedir que qualquer pessoa ocupe o cargo de Presidente por mais de dois mandatos mas, ao mesmo tempo, não impede que alguém que tenha ocupado o cargo antes tenha a possibilidade de fazer uma espécie de "restart", dando início, após a aprovação final da revisão constitucional, aos dois mandatos subsequentes.

Ou seja, com este "truque", Putin vai poder candidatar-se em 2024 e em 2030.

Actualmente com 68 anos, Vladimir Putin poderá, assim, deixar o poder com 86 anos.