Estamos a preparar as condições para ver se em 2024 ou 25 consigamos visitar-vos, conhecer os mais novos membros da família que nasceram na banda que neva e que por direito são nacionais, ganhando uma nacionalidade que não precisa de visto para visitar a maior parte dos países, nem de bajular para se conseguir ter os direitos mais básicos.

Estamos a juntar kumbu para os passaportes, para os vistos, para caular as divisas e para outras despesas, como: alojamento, alimentação, os passeios de praxe, as compras da moda que não podem faltar a um mwangolé que se preze quando viaja. Grifes, pisos, mauanas tipo do rambo ou do comando, quinailes, livros, CD"s e DVD"s já não porque saíram de moda, agora queremos baikas potentes, que custam mais do que ganhamos num ano com horas extras e outros mambos que cá na banda ficam bué caros ou são bué escassos. Migrar? Não sei, ainda estamos a banzelar, mas não está afastada essa hipótese que tem sido a opção de bué de gente fixe.

Olha quem pediu o teu contacto e poderá aparecer por aí a qualquer momento é o Man Quem, ou melhor, o pai grande da banda, bossanga dos bossangas, wi rijo. Ele denominou-se assim desde que foi nomeado para um alto cargo numa instituição que até hoje não sabemos bem qual é, nem o que faz, porque ele diz apenas que é o bossanga de todos os bossangas da banda, estrangeiros ou nacionais. Mal saiu a notícia, o madié mudou. Já não fala com qualquer um, trocou de número de telefone, agora usa do estrangeiro, mudou até de nome, de residência, de kambas e até de família, abandonou a Mingota com os kandengues na dibinza, os pais e o irmãos também, ele diz que não os conhece.

Tem casarões em vários condomínios, rucas falados, todos v12, um jato à disposição para sempre que decidir viajar, aliás, tem estatuto de diplomata com direito a passaporte vermelho. Apesar de bumbar na baixa da cidade, não sabe o que é engarrafamento, porque, ao contrário de alguns, ele se gaba de que não precisa de ter batedores nem sirenes para abrir caminho entre as viaturas que se acotovelam diariamente para descerem e no fim do dia para subirem de volta, deixando os pacatos cidadãos agastados e cada vez mais cacimbados. O madié diz que, por causa do cargo, lhe deram acesso a estradas exclusivas usadas por uns raros sortudos e, quando não dá tempo, chama um helicóptero ou um iate, dependendo de onde tiver pernoitado.

Vive vidas largas, é o próprio madié. Tem casas na estranja e tudo, inclusive aí na banda onde estás. Quem as conhece diz que duas dessas casas são maiores que o nosso quarteirão e que o quintal é o nosso bairro todo, até cavalos puro sangue tem e criou uma espécie de parque com animais diversos. Mas tudo isso é pago com fundos públicos, nada sai do cafokolo do avilo, tudo sai do nosso suor. E ele ainda manda bocas a dizer que graças ao nosso suor e estudo ele é quem é e tem o que tem sem ter precisado "caloriar" ou se transpirar com quem quer que fosse, apenas bajulou vezes sem conta a pessoa certa e fatigou aquela que teria melhores condições para assumir a tal posição chave. Grita, ainda, que nem precisou de se matar a estudar bué como nós para ter o que tem. Em contrapartida, os filhos da nova dama bucam nos melhores colégios internacionais da banda e no próximo ano lectivo vão bucar na estranja.

Quando subiu, convocou a imprensa toda, os memeiros, os tiktokers e tudo mais, até as zongolas das esquinas, para ouvirem o primeiro e único discurso dele, que de forma resumida disse: "agora é a minha vez, já xixilei bué, vão-me sentir!". De repente até cadeia de mídia tem, tv, rádio, jornal, site, blog, redes sociais... bué de cenas só para lavar a imagem do madié, até grupos nas redes sociais mais usadas criou, em que as fake news são o pitéu diário. Tem parceria em várias igrejas, é militante de honra nos dois maiores partidos políticos da banda, figura de destaque nos maiores clubes desportivos, diz que até PCA"s, PCE"s respondem a ele, até os sobas dependem dele. Não sabemos ainda até onde chegam os tentáculos do avilo que já encomendou biografia dos feitos e filme.

Para não me alongar mais, vou pausar por aqui, ele próprio te contará melhor o resto. Vou bazar porque tenho de ir bilar na fila de um hospital com os putos, o paludismo continua a nos dar cabelo e a bondar tipo brincadeira, nem já a internacional Covid-19 aguentou. Fiquem bem! Katé