Estrilho guda! Ninguém contava! Os bajús estão a rasca, perderam uma boa oportunidade para fazerem o tal uso habitual da língua dando brilho as botas dos manda-chuvas. Inclusive por várias vezes destrataram o "trio dos bolos fofos", como eles foram baptizados e eram chamados por serem humildes, respeitosos, obedientes, cumpridores, assíduos, profissionais, pontuais e gostarem de fazer bem as suas tarefas, embora muito mal pagos.

Mas há um pessoal que está alegre com a cena, porque sempre trataram bem quem quer que fosse, sempre deram o litro, independentemente das situações laborais menos boas e das injustiças que os tentam afogar empurradas por alguns responsáveis que não vestem o mbila do salo.

O trio dos bolos fofos agendou um encontro para mostrar como é que está o salo. O que está mal e o que precisa ser melhorado, de acordo ao levantamento feito por eles durante os meses em que ficaram embarrados como se fossem colegas normais, sem cargos, sem títulos, sem sobrenomes sonantes, tão pouco a equidistância luxuosa. Aproveitaram para na própria pele, carne e alma sentir o que os colaboradores de base e intermédios, principalmente, sentem, visto que até os salários auferidos eram muito menores do que os estipulados para as suas categorias, por decisão do gestor de rh, fazendo com que xixilassem inclusive para pôr o pão à mesa, transpirando para deslocarem-se de casa ao serviço e vice-versa, visto que a meio do mês já não tinham kumbo para o autocarro, tão pouco para o candongueiro.

Os bosses sentiram também que quem tem filhos xixila a dobrar, senão a triplicar, por causa dos encargos extras e que tal situação influência no rendimento dos funcionários nessa condição, visto que a instituição não tem nenhum benefício social para acudir os colaboradores nem sequer as suas famílias, deixando-os na penúria sustentada pelos seus parcos salários que só engordam consoante forem subindo na pirâmide hierárquica acessível por via de despachos de nomeação. Mas esse tal privilegio da conveniência de serviço abraçada por motivos subjectivos não é para todos, é para alguns apadrinhados por orientações superiores, que a seguir a assinatura e o juramento bilingueiro do empossamento, começam a mostrar quem realmente são e a arrogância despenteada no vinco da calça do fato caro toma conta do mau trabalho e os interesses pessoais bassulam os interesses colectivos e o clima de trabalho fica turbulento, surgindo ilhas entre os colaboradores, estando de um lado os que bumbam por gosto e do outro lado os vida boa, também chamados de "não liga, isso não é nosso, não se mata!", sendo esses últimos os beneficiados com mambos extra contratuais por serem os bajús, intriguistas e queixinhas.

Os bossangas informaram que a partir do mês a seguir implementariam mudanças profundas. Decidiram nomear novos responsáveis, rever os procedimentos, mudar o foco e passar a valorizar mais os quadros de base e intermédios com salários mais justos, condições laborais adequadas, equipamentos de protecção, fundo de pensões e benefícios sociais para as suas famílias, como saúde, educação, habitação, desporto, cultura, lazer, entre outros.

Incentivaram aos malaiques a aplicarem-se mais, a deixarem as más práticas de lado, abandonarem-nas mesmo, e serem boas pessoas, renovadas, cheias de boa energia e que possam emitir boa luz por onde passem e que aprendam a trabalhar em equipa.

Aos responsáveis que serão nomeados recomendaram que sejam mais humanistas, profissionais, justos, respeitosos e educados, que saibam ouvir e servir antes de falarem, agirem ou se servirem.

Desejaram a todos um bom trabalho, porque a partir daquela data trabalhariam para ter um salo bué fixe desde que atingissem e ultrapassassem as metas preconizadas e que não seja novamente necessário dependerem de soluções escondidas para fazerem bem as suas tarefas. Por fim cantaram a música Sr. Director do Pedrito. Katé+