O metro de superfície é um conjunto de vários metros quadrados distribuídos numa comprida extensão de quase 150.000 metros e com uma largura a ser definida em estudos. Esse metro vai estar em cima de algo que existe, sendo que se espera que ele venha a andar por segmentos de recta e por linhas curvas, facilitando a mobilidade urbana.
Este metro, cujas obras já estiveram por arrancar em várias datas, ainda não andou um centímetro sequer. Vai começar por fases e vai ter quatro linhas de cores diferentes: amarela e vermelha, como as cores da nossa bandeira, e a verde e a azul, inspiradas em metros de superfícies e subterrâneos de outras paragens. Quanto mais linhas melhor, pois, com o andar da carruagem, saberemos com que linhas é que se nos coseremos em mais um projecto bilionário.
Está certo que um metro subterrâneo em Luanda seria uma obra de engenharia complicada, pelo que a escolha de superfície parece natural. Pelo menos o dinheiro dos contribuintes e dos investidores não será enterrado, pelo menos não no subsolo. A definição do traçado e a definição dos requisitos técnicos e operacionais serão certamente desafios importantes a ter em atenção.
Certamente que outros desafios se irão impor neste processo onde se incluem os aspectos ambientais, sociais e culturais, os processos de expropriação e a interrupção temporária (de longa duração) do já caótico trânsito da cidade. Isso vai deixar a população de Luanda com os nervos à flor da pele, na epiderme, a parte mais superficial da pele humana.
A julgar por outras obras gigantes que não ainda estão por terminar, como o novo Aeroporto Internacional de Luanda, parece importante não ter expectativas sobre o início e conclusão das obras.