Ao NJOnline, o líder da FNLA advogou que, apesar destes conflitos, o partido encontra-se preparado para enfrentar as eleições autárquicas, em 2020.

"Todo esse exercício de má-fé levado a cabo por elementos descontentes do partido tem como objectivo destabilizar o partido para obter fracos resultados nas próximas eleições autárquicas", acusou Ngonda, insistindo que as portas estão abertas para todos os desavindos.

"Sou acusado de violar os estatutos do partido, de nepotismo, regionalismo, desvio de fundos e de património do partido, mas todas essas denúncias partem de certos membros descontentes que querem destruir o partido", defendeu, reafirmando que ele é o líder reconhecido pelo Tribunal Constitucional.

Lembrou que o II Congresso Extraordinário realizado na província do Huambo, em Junho do ano passado, resultou das recomendações do Congresso de 2015 e destinou-se à adequação dos estatutos do partido e outras normas, baseando-se na Constituição da República de Angola, cuja documentação foi remetida ao Tribunal Constitucional.

Autarquias reduzem assimetrias e FNLA quer estar nesse processo

Lucas Ngonda considera que as autarquias, a implementar no País a partir de 2020, poderão corrigir as assimetrias regionais, onde os próprios munícipes resolvem os seus problemas, e nas quais a FNLA quer continuar a "desempenhar um papel importante" no país.

"A falta das autarquias desde a independência desequilibrou o desenvolvimento do País. Por isso, a FNLA defende a aprovação urgente de instrumentos jurídicos para a criação das autarquias", frisou, acrescentando que o seu partido já trabalha neste sentido.

Na sua opinião, com autarquias implementadas em todo o território nacional, os próprios munícipes vão perceber que possuem um papel decisivo para solucionar os seus problemas.

Recorde-se que a crise interna desta formação política histórica teve início em finais de 1999, quando a facção liderado por Lucas Ngonda realizou um congresso que nunca foi reconhecido pela ala do falecido líder histórico Holden Roberto.

O acordo previa a realização de um congresso em 10 meses, prazo que nunca foi cumprido por Holden Roberto, alegando falta de condições financeiras, o que levou a uma divisão interna, que ainda hoje se mantém.