"Eu, no início, também não acreditava. Porém, hoje já acredito e dou todo o meu apoio ao Presidente da República. Devemos juntar os esforços e não podemos remar em direcção oposta", disse ao Novo Jornal David Mendes, evidenciando que muita gente não acreditava, mas que hoje essa luta é uma realidade.

"Muitos indivíduos que faziam parte do sistema político estão a saltar do barco, nem eles acreditam mais no País. Muitos acham que Angola está totalmente falida. Eu não embarco neste pessimismo", acrescentou.

De acordo com David Mendes, "as pessoas estão na política para encontrar soluções ou para emitir opiniões que levam a mudanças e não podem esperar que haja uma degradação completa do País e que se instale o caos que poderá levar Angola a uma instabilidade governativa e social".

O deputado eleito como independente nas listas da UNITA, diz que que se o País chegar a um caos social, nem a oposição, chegando ao poder, poderá governar bem.

"Há uma degradação da qualidade de vida das pessoas, onde há fome e miséria por todo o País, fruto de erros de gestão vindos do passado e piorados com a Covid 19", lamentou, frisando ser necessário encontrar soluções.

David Mendes também concorda com a criação de uma frente comum da oposição, defendida pelos partidos políticos e pela sociedade civil, para que haja alternância ao poder em Angola.

"Não tenhamos medo de criar um pacto de nação ou, como muitos chamam, um pacto de regime. Uma agenda nacional com a participação de todos. Mas sem acolher nesta frente os que delapidaram o País", defendeu, frisando que "isso não significa a criação de um Governo de transição ou o afastamento de eleições periódicas".

"Quem ganhar as eleições saberá que há uma agenda nacional para ser cumprida", sugeriu, salientando que "Angola precisa de estabilidade política, económica e social, independentemente de quem governe".

Referindo-se sobre o pleito eleitoral de 2022, admitiu que as eleições gerais serão "muito competitivas", embora, à partida, uma das forças políticas parta em vantagem.

"Penso que as pessoas estarão mais interessadas nas eleições autárquicas do que nas eleições gerais. As eleições gerais representam a vontade de todos e, normalmente, dividem os cidadãos de acordo com as forças políticas concorrentes", sublinhou.

David Mendes manifestou o interesse de concorrer nas eleições autárquicas, como autarca no município do Cazenga.

"Não é fácil concorrer como independente tendo em conta que os partidos políticos têm dinheiro e uma máquina de propaganda bastante forte. Mas, no município, as pessoas conhecem-se e sabem o que cada um de nós representa", disse.

"Tenho falado com algumas pessoas que me fazem algumas sugestões de outros municípios. Muitos acham que o Cazenga tem muitos problemas e que seria muito difícil fazer coisas com visibilidade", acrescentou, frisando que ninguém o contactou para ser futuro autarca do Cazenga e afirmando que a decisão foi dele.

David Mendes disse não estar preocupado com os possíveis adversários, porque os munícipes sabem o que querem e em quem confiam.

"Acredito que todos os possíveis candidatos tenham o desejo de mudar o quadro actual do município. Por isso, o único que vencerá na disputa será o Cazenga", concluiu.