Durante o decurso dos trabalhos na terça-feira ficou claro que todos os partidos defendem que estas leis, consideradas de extrema importância para o futuro da democracia angolana, venham a ser objecto de aprovação por consenso no Parlamento.

No debate que teve lugar na terça-feira, o deputado da UNITA, Alcides Sakala, lamentou que o sistema político vigente no País ainda mantenha na sua estrutura e no seu modelo de funcionamento a "matriz do partido-estado que sustenta uma democracia de uma organização dominante".

Matriz essa que "lesa os fundamentos de um Estado de Direito e democrático que se procura afundar. Este modelo assenta em processos não transparentes e rejeita a criação de mecanismos políticos institucionais capazes de garantir uma democracia plena que assegure o respeito pelos direitos e pelas liberdades fundamentais dos angolanos", disse o deputado.

Segundo o deputado, "todos os indicadores políticos e sociais do País apontam numa direcção de mudança e dai a importância de procura de consenso em matérias fracturantes como são os processos eleitorais".

Recentemente, o Bureau Político do MPLA, em sessão ordinária, recomendou que se continue a trabalhar nos diferentes níveis e com as entidades competentes para se alcançarem os consensos necessários, de modo a viabilizar a aprovação "urgente" das propostas de alteração da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais.

O ex-presidente da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, disse que em 2022 "os angolanos têm uma oportunidade de fazer melhor e o melhor começa com esse debate".

Falando sobre a composição da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), sugeriu que cada força política com assento na Assembleia Nacional deve ter o mesmo peso neste órgão.

"Se são dois membros para cada partido, todos tem que ter a mesma representação. Isso é que é igualdade", acrescentou.