Em plena semana da legalidade, Eduardo Sassa, investigador do Centro de Estudos Africanos da Universidade Católica de Angola (UCAN), desaconselha que o combate à corrupção continue a ser apenas agenda do Titular do Poder Executivo, mas, sim, do Estado, por ser um problema transversal da sociedade.

O académico revela que os dados disponíveis pelas investigações mostram que o processo devia ser mais abrangente, quer em termos de concepção como também de execução.

"Tratando-se de um problema transversal, embora no País tenha uma geografia circunscrita a uma elite ligada ao partido no poder, a corrupção é um mal generalizado e um problema do Estado. Por isso, tinha de haver uma agenda do Estado, porque o partido que está hoje no poder pode sair, mas esse lema, se estiver na agenda do Estado, mesmo que haja outro, esse, por sua vez, poderá dar continuidade", observa.

O investigador de assuntos africanos referiu, igualmente, que "o que se nota neste processo sobre a corrupção parece ser somente agenda do Titular do Poder Executivo, pois alguns dos membros do seu ciclo não falam a mesma língua, estão descompassados, o que enfraquece a luta a longo-prazo.

Alerta que a corrupção é um processo de resposta a curto, médio e longo prazos, mas, até agora, numa perspectiva provisória, há certo cepticismo na forma como a luta está a ser conduzida.

Projecto sobre corrupção

O projecto sobre corrupção, sob alçada do Centro de Estudos Africanos da UCAN, tem por objectivo produzir informações empíricas para os actores da sociedade poderem usar na advocacia, face ao comportamento dos actores políticos e titulares de cargos públicos, sobretudo na prestação de contas.

Dentre os objectivos, consta também a componente educativa dos actores da sociedade civil, como também actores políticos sobre o fenómeno da corrupção.

As principias linhas do projecto incidem na realização de seminários, mas, devido à Covid-19, têm-se registado constrangimentos em termos de participação.

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