Adalberto Costa Júnior acusou o MPLA de ter produzido um golpe que permitiu a sua auto-condução no poder e aos seus apoiantes disse que a auscultação feita ao país, nas 18 províncias, foi de que se devia fazer um esforço de auto-controlo das emoções, mantendo o partido no caminho da luta pelos seus objectivos que passam pelo combate ao "Estado partidário".

Colocou como objectivos claros a instituição das eleições autárquicas, a eleição directa do Presidente da República, a mudança na forma de actuação da comunicação social pública e da luta conra a pobreza extrema que se observa em todo o país.

Adalberto Costa Júnior avançou ainda que a UNITA e os seus parceiros da FPU esgotaram todas as possibilidades de recurso para o Tribunal Constitucional, acusando este tribunal de ter "endossado as práticas ilegais da Comissão Nacional Eleitoral".

Prometeu aos seus apoiantes e aos angolanos que a UNITA e a FPU vão continuar a litigação pela verdade eleitoral em todos os contextos, nacionais e internacionais, que for possível.

Explicou que esta decisão de participar nas instituições do Estado, nomeadamente a tomada de posse dos 90 eleitos nas eleições gerais de 24 de Agosto, foi tomada depois de auscultar todas as estruturas do partido e da FPU nas 18 províncias angolanas.

Deixou como prioridades para a legislatura que agora arranca o combate à extrema pobreza, o galopante desemprego, a eleição directa do Presidente da República, a luta pela mudança de postura da comunicação social estatal, exigindo que esta seja despartidarizada, tal como a administração pública deve ser despartidarizada.

"Enquanto esta realidade continuar não descansaremos em tomar a dianteira na defesa do povo angolano em todos os espaços de luta pacifica incluindo nas ruas, em manifestações", disse Costa Júnior, que ainda anunciou para 24 de Setembro a primeira das manifestações pós-eleitorais.

O líder da UNITA e da FPU frisou ainda que vão lutar "com todas as forças para que esta legislatura seja de maior participação dos cidadãos e da efectiva institucionalização do poder autárquico eleito".

Defendeu que todas as formas de protesto devem ter uma configuração pacífica e, respondendo ao Novo Jornal, sobre o que tem a dizer aos angolanos que dele queriam uma resposta mais radical, como, por exemplo, a não tomada de posse dos deputados, que é preciso controlar as emoções e que em momento algum todo o empenho dos angolanos que queriam a alternância será esquecido.

Sublinhou que a decisão de ingresso no Parlamento resulta de uma decisão de consenso na auscultação nacional, admitindo, todavia, que houve discordâncias sobre qual o caminho a tomar.